26/05/2022 - 10:50
Em 2020, o cineasta, produtor e distribuidor Marcos Seneor deixou o Brasil com a família preocupado com as mudanças políticas no setor da cultural em que atuava.
Cidadão europeu por ascendência portuguesa e espanhola, ele decidiu morar e empreender na França. Dois anos depois, aos 32 anos, Seneor está lançando a plataforma Kinobaum (Árvore de Cinema, em tradução livre do alemão), no Merché du Film do Festival de Cannes.
Como funcionam os NFTs
“Trata-se de um marketplace de NFTs (Non-Fungible Token) audiovisuais na qual produtores poderão criar coleções a partir de suas obras e ofertar a preços fixos ou por leilão. Assim, depois, os usuários compradores poderão renegociar os itens adquiridos com outros usuários a preços valorizados e os produtores receberão royalties de 9% por todas as revendas de seus NFTs ad aeternum”, explica o cineasta brasileiro em entrevista à IstoÉ Gente.
“O Kinobaum nasce a partir da tecnologia blockchain, que surgiu para revolucionar o mundo das transações, negócios e contratos. Somos uma loja virtual que vende cenas de filmes, séries, videoclipes musicais, jogadas de futebol, manobras de skatistas e tantas outros gêneros em arquivos de vídeo. Os proprietários dos direitos dessas obras audiovisuais poderão mintar, ou seja, tokenizar, transformar o ativo em uma representação de tokens, e ofertar pra a sua fan base (fãs), investidores e cripto entusiastas”, explicou.
Segundo Seneor, o diferencial do mercado de cripto para o setor audiovisual é “ser uma alternativa de financiamento célere, transparente e descentralizada, distinta dos modelos tradicionais dos editais públicos ou grandes players de estúdios cinematográficos, canais de TV e plataformas de streaming”.
“A França é o país que mais tem políticas para o fomento da cultura cinematográfica no mundo. Nos Estados Unidos, para cada dólar de dinheiro privado, tem mais um dólar de dinheiro público, inclusive para os filmes da Marvel, por exemplo. São informações que muita gente desconhece”, salienta ele. “O audiovisual é consumido demais no mundo todo! É um mercado existente, grande e pujante. Porém, ainda não é autossuficiente por ter muitos intermediários entre os produtores e consumidores – uma transformação está prestes a acontecer”, finaliza.