Com efeitos visuais (CGI) usados em Hollywood, o cineasta Diego Fraga está produzindo videoclipes cinematográficos para artistas como Pedro Sampaio, Sidoka, Ferrugem, Jão e outros nomes do mundo da música.
Os videoclipes sempre fizeram muito sucesso. Nas décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000, a MTV era uma das maiores emissoras de TV do mundo por lançar em primeira mão aguardados clipes musicais dos maiores artistas do mundo. Com o tempo, a internet mudou as regras do jogo e a indústria da música mais uma vez se reinventou, trazendo novidades, não apenas na forma de entregar conteúdo, mas, também, de produzi-lo.
O cineasta Diego Fraga, natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais, tem apenas 23 anos e é um dos precursores de uma nova geração de diretores de cinema, especializados em produções para o mundo da música, e que estão inovando pelo uso de efeitos visuais (CGI) dignos de grandes filmes de Hollywood.
Tendo em seu currículo a direção e concepção de produções audiovisuais de artistas de peso, como Pedro Sampaio, Jão, Matuê, MC Laranjinha, Sidoka, Ferrugem, MC Don Juan, MC Pedrinho, Mateca e tantos outros, ele explica justifica a junção da estética e linguagem do cinema com a música é uma combinação vitoriosa.

Diego com o DJ e cantor Pedro Sampaio nos bastidores de uma gravação
“Música e cinema sempre estiveram lado a lado, desde quando o cinema foi inventado. Orquestras eram contratadas para tocar ao vivo junto com o filme, no século passado. Anos depois, grandes artistas como Queen, Beatles, Michael Jackson, transformaram suas músicas em superproduções audiovisuais, levando-nos até o momento atual, onde a história em comum do cinema com a música segue sendo escrita”, opina.
A sua paixão do cineasta pela sétima arte surgiu quando tinha apenas 12 anos. “Era um projeto de escola, em que precisávamos fazer um videozinho. Então, o meu amigo, que hoje também é o meu sócio e diretor criativo, Pedro Rettore, começou a me mostrar possibilidades para me expressar como cineasta através de softwares e tecnologias, abrindo a minha visão e despertando meu interesse para a produção audiovisual”, conta.
Aos 16 anos, Diego já sabia que queria seguir essa carreira, mas acabou cursando publicidade. “Depois que me formei, abri uma empresa de branding e comecei a fazer campanhas para empresas. Em paralelo, tocava meus projetos como cineasta e estudava cinema”, lembra.
Aos 19 anos, o cineasta lançou seu primeiro curta metragem, “Clean Sweep”, que foi feito em francês e com a participação de atores profissionais. A produção foi selecionada para participar de vários festivais importantes, como o Indie Film Festival, em Los Angeles, e o Lift-Off Sessions (Pinewood Studios), em Londres. “A partir desse curta, um dos produtores do cantor Sidoka me fez o convite para trazer essa linguagem cinematográfica para um videoclipe do artista, que tinha em mente o desejo de fazer algo nesse sentido. E foi ali que tudo começou”, comenta.
“Acredito que nosso mérito não seja apenas trazer essa tecnologia, de uma maneira ainda pouco explorada no Brasil e com resultado muito satisfatório, mas fazer isso com custa muito menor do que outras produções do mesmo porte. Não se trata apenas de usar a tecnologia, mas aplicar técnicas de cinema como blocking, staging, iluminação e movimentos de câmera”, diz.
Música encontra o cinema
Totalmente autodidata, Diego revela quais são suas inspirações e referências para produzir seus videoclipes. “Não fiz faculdade de cinema. Tudo que sei vem da observação da obra de grandes mestres, como Wes Anderson, Paul Thomas Anderson, Quentin Tarantino, Noah Baumbach, Denis Villeneuve, David Fincher, Francis Ford Copolla, Akira Kurozawa e tantos outros, além de minhas pesquisas sobre cinema e tecnologia na internet”, confidencia.
Segundo o cineasta, grandes artistas do mundo da música estão investindo em grandes produções “como uma forma de diferenciação no mercado e um caminho para conquistar mais pessoas, por estar em multiplataforma”, conclui.