María Corina Machado, líder da oposição venezuelana e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, o ex-jihadista Ahmed al Sharaa, que se tornou presidente da Síria, e a principal acusadora no caso Epstein, Virginia Giuffre, são algumas das personalidades que marcaram o ano de 2025.
– María Corina Machado –
María Corina Machado recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2025 por sua luta pela democracia na Venezuela, onde vive na clandestinidade.
Apelidada de “libertadora’ em referência ao herói Simón Bolívar, Machado liderou a campanha presidencial de Edmundo González, que afirma ter derrotado o presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 2024.
Machado, que não pôde concorrer às eleições por estar inelegível, reuniu multidões em todo o país em torno deste candidato então completamente desconhecido.
Apaixonada e enérgica, esta engenheira, que já se destacou como crítica do ex-presidente Hugo Chávez, é a alma e o rosto da oposição.
A líder obteve dois grandes sucessos: organizou as primárias de 2023, nas quais saiu amplamente vitoriosa e unificou uma oposição dividida há anos, e conseguiu reunir atas de cada mesa eleitoral nas presidenciais de 2024 que “comprovam” a vitória da oposição.
O governo, que nunca publicou os resultados completos, classifica esses documentos como “falsos” e intensificou a repressão, segundo a ONU.
No entanto, seu apoio à extrema direita europeia e a governantes como Javier Milei e Donald Trump gera críticas. Machado expressou seu apoio à operação antidrogas que Washington está realizando no Caribe e no Pacífico.
Machado está na clandestinidade há mais de um ano, embora insista que permanecerá no país. “Estou onde me sinto mais útil para a luta”, explicou à AFP. Ela garantiu, como é seu lema, que irá “até o fim”.
Edmundo González considera que o Prêmio Nobel é um “reconhecimento muito justo pela longa luta de uma mulher e de todo um povo pela nossa liberdade”.
Sua presença em Oslo em dezembro está em dúvida.
– MrBeast –
Parque de diversões, série de animação, marca de brinquedos. Em 2025, o criador de conteúdo mais influente do mundo encadeou projetos exagerados e controversos.
Número um no YouTube, com mais de 450 milhões de inscritos, o americano Jimmy Donaldson, também conhecido como MrBeast, está à frente de um império.
Em 2025, expandiu sua marca com projetos como uma série na Amazon Prime e uma rede de restaurantes.
Este americano de 27 anos chegou a se posicionar entre os possíveis compradores nos Estados Unidos da rede social TikTok, onde está entre as contas mais seguidas, com cerca de 120 milhões de seguidores.
Sua marca registrada são os jogos com aparência de superprodução, nos quais os participantes competem ou enfrentam desafios por prêmios de seis ou sete dígitos, chegando até mesmo a reproduzir o conceito da série de audiovisual de sucesso Round 6.
No final de setembro, seu vídeo “Você arriscaria sua vida por 500 mil dólares (2,6 milhões de reais na cotação atual)?”, no qual um especialista realiza acrobacias em um prédio em chamas, lhe rendeu inúmeras críticas, acusando-o de colocar vidas em risco por entretenimento.
O mesmo ocorreu com sua excursão a sítios arqueológicos no México, que gerou questionamentos sobre a obtenção das autorizações necessárias para a visita.
– Ahmed al Sharaa –
Em menos de um ano, Ahmed al Sharaa passou de combatente jihadista a presidente interino da Síria.
Em 8 de dezembro de 2024, Al Sharaa, ainda conhecido pelo seu pseudônimo de guerra, Abu Mohamad al Jolani, entrou na capital síria no comando de combatentes islamistas.
Ele se instalou no palácio presidencial abandonado por Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia, e pôs fim a uma guerra civil de quase 14 anos que deixou o país devastado.
Em poucos meses, ele consolidou seu poder. Foi nomeado presidente interino por um período de cinco anos e formou um governo no qual os cargos-chave são ocupados por seus aliados, que também controlam os principais setores da economia.
Apesar dos episódios de violência contra minorias que deixaram centenas de mortos (massacres de alauítas em março e combates com drusos em julho), a comunidade internacional o recebeu de braços abertos.
Os países ricos do Golfo, a Turquia, a França e outras potências convidaram-no e, em setembro, ele proferiu um discurso perante a Assembleia Geral da ONU.
Sua visita aos Estados Unidos em novembro e seu encontro com Donald Trump na Casa Branca foram a consagração para esse ex-jihadista, que esteve em uma prisão americana no Iraque e por quem Washington oferecia uma recompensa milionária.
– Luis Enrique –
Mais do que o Balão de Ouro de Ousmane Dembélé ou de qualquer outro jogador, o primeiro título do PSG na Liga dos Campeões tem a assinatura de Luis Enrique.
O técnico espanhol, que chegou ao Paris Saint-Germain em 2023, aproveitou a saída de Kylian Mbappé para o Real Madrid no ano passado para transformar o jogo dos parisienses, até então muito dependente do talento de suas grandes estrelas.
Sob sua direção, o coletivo se impôs sobre os individualismos e o PSG se tornou uma verdadeira máquina em sua campanha europeia, derrotando rivais de prestígio como Manchester City, Liverpool ou Arsenal, antes de realizar uma obra-prima na final contra o Inter de Milão (5 a 0) em 31 de maio, em Munique.
Graças ao treinador de 55 anos, o Catar, proprietário do clube desde 2011, alcançou seu objetivo de ganhar a Liga dos Campeões, a segunda na história do futebol francês depois da conquistada pelo Olympique de Marselha em 1993.
– Virginia Giuffre –
Virginia Giuffre, que se suicidou em abril aos 41 anos, era uma das principais denunciantes do criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Durante quase 15 anos, ela denunciou publicamente que, foi estuprada pelo financista americano quando era menor de idade. Ela também afirmou que foi entregue a alguns de seus amigos poderosos para que abusassem sexualmente dela, mencionando várias personalidades, entre elas o ex-príncipe britânico Andrew, que perdeu seu título este ano.
Em um relato semelhante ao de outras vítimas, Giuffre explicou que na época era muito vulnerável para se opor, pois já havia sido vítima de abuso sexual anteriormente. “Eu era a vítima perfeita para eles”, disse.
Epstein cometeu suicídio em 2019 na prisão enquanto era julgado por acusações de tráfico sexual. Sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, cumpre uma pena de 20 anos de prisão.
Donald Trump, que na época era próximo do financista, nega ter conhecimento do caso.
Giuffre formou uma família na Austrália e fundou uma associação de apoio às vítimas de agressão e tráfico sexual (‘Speak Out, Act, Reclaim’). Suas memórias foram publicadas postumamente.
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