O Globo de Ouro de domingo (28) experimentou um formato virtual devido à pandemia, consolidando “Nomadland” como o filme favorito desta temporada de premiações de Hollywood. Seguem cinco destaques da noite:

– A ascensão da Netflix –

A gigante dos serviços de streaming, que teve um recorde de 42 indicações, ganhou seis prêmios nas categorias de televisão e quatro de cinema, de longe seu melhor desempenho no Globo de Ouro.

A quarta temporada de “The Crown” rendeu-lhe quatro troféus e a minissérie “O Gambito da Rainha” outros dois.

Em termos de atuação no cinema, o falecido Chadwick Boseman venceu por “A voz suprema do blue” e Andra Day por “Estados Unidos Vs Billie Holiday”, enquanto “Life Before Me” de Sophia Loren venceu como melhor canção original.

“Os 7 de Chicago”, que tinha ambições de ser o melhor filme, foi limitado às honras de melhor roteiro para Aaron Sorkin.

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O grande perdedor foi “Mank”, que apostava em seis troféus e voltou para casa com as mãos abanando.

– A invasão britânica –

Os britânicos receberam mais prêmios do que seus colegas americanos. Com exceção de Catherine O’Hara (canadense naturalizada americana) e Anya Taylor-Joy (tripla nacionalidade argentina, britânica e americana), sete Globos de Ouro por atuação foram para os britânicos, contra seis para os americanos.

Entre os britânicos, dois jovens atores se destacaram: Emma Corrin e Josh O’Connor, que receberam o Globo de Ouro de melhor atriz e melhor ator em série dramática por seus respectivos papéis de princesa Diana e príncipe Charles em “The Crown”.

– Reclamações sobre diversidade –

A Hollywood Foreign Press Association (HFPA), que concede o Globo de Ouro desde 1944, foi criticada esta semana depois que uma reportagem do Los Angeles Times informou que nenhum de seus 87 membros é negro.

Todos, dos vencedores a apresentadores às co-apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler, condenaram a organização, que prometeu mudanças no domingo.

A HFPA deu seu primeiro sinal ao homenagear vários atores negros, de Chadwick Boseman (“A voz suprema do blues”) a Andra Day (“Estados Unidos vs. Billie Holiday”) e Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”) .

Chloe Zhao também se tornou a primeira mulher asiática a ganhar o prêmio de melhor direção.

– O peso da política –

Com o fim da presidência de Donald Trump ainda fresco nas mentes da Hollywood progressista, o Globo de Ouro ofereceu uma oportunidade para ridicularizar o ex-presidente após sua saída da Casa Branca.


Aaron Sorkin fez uma das alusões políticas da noite em seu discurso de aceitação, citando o ativista Abbie Hoffman sobre a necessidade de se envolver para evitar que a democracia desmorone.

“Não preciso de mais evidências do que aconteceu em 6 de janeiro para concordar com isso”, disse Sorkin, aludindo ao ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por uma multidão que apoiava Trump.

Mark Ruffalo, vencedor da minissérie “I Know This Much Is True”, exortou os espectadores a “virar a página sobre o passado cruel desta nação”.

Sacha Baron Cohen escolheu o advogado pessoal de Trump. “Este filme não teria sido possível sem meu coadjuvante, um novo talento que surgiu do nada e se tornou um gênio da comédia”, disse ele sobre Rudy Giuliani na sátira “Borat: Fita de cinema seguinte”.

– Novos recordes –

Chloe Zhao ganhou as manchetes com “Nomadland”, que se tornou o primeiro melhor drama dirigido por uma mulher, e a primeira mulher asiática a ganhar o prêmio de melhor direção.

Mas outras marcas foram batidas no domingo. Sorkin, que já era o roteirista mais indicado ao Globo de Ouro, empatou o recorde de mais vitórias na categoria roteiro com três, assim como Robert Bolt e Quentin Tarantino. O trio agora tem três vitórias cada.

Boseman se tornou o segundo vencedor póstumo, e o primeiro em quatro décadas, na categoria de melhor ator de drama. O anterior foi Peter Finch, que após sua morte foi premiado pelo papel principal em “Network”, de 1976.


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