24/01/2024 - 11:47
Donald Trump caminha imparável para uma indicação republicana para a eleição presidencial americana, ao vencer as primárias de New Hampshire na terça-feira (23), uma vitória que deixa sua rival, Nikki Haley, em uma posição muito difícil.
Estas são as cinco principais conclusões da votação neste estado do nordeste dos Estados Unidos.
Todos os republicanos que venceram em Iowa e New Hampshire conseguiram a indicação do partido.
Como consequência, a partir de agora, Trump é considerado o rosto do partido para a eleição presidencial de novembro, embora ainda não oficialmente e apesar das quatro acusações criminais e de vários processos civis contra ele.
A corrida segue para Nevada, onde Trump já reivindica uma vitória quase certa.
Em fevereiro, há um evento importante na Carolina do Sul, estado natal de Haley, onde o ex-presidente abre cerca de 30 pontos de vantagem sobre a ex-governadora.
Todos os 50 estados terão voz nesse processo que dura meses, mas é possível que os republicanos saibam o nome de seu candidato em abril, ou mesmo antes.
“Eu digo que as eleições gerais começam esta noite”, afirmou ontem o ex-pré-candidato republicano Vivek Ramaswamy, que apoiou Trump depois de abandonar a corrida.
Tendo ficado em terceiro lugar em Iowa e em segundo em New Hampshire, a posição de Haley é precária. Mesmo assim, ela disse aos seus seguidores que segue na disputa – pelo menos até a Carolina do Sul.
“Essa corrida está longe de terminar”, insistiu.
“Os eleitores da Carolina do Sul não querem uma coroação, querem eleições. E vamos lhes dar uma”, acrescentou.
Ela terá, no entanto, de superar obstáculos consideráveis. Alguns de seus rivais que jogaram a toalha decidiram apoiar Trump, assim como muitos doadores.
“Se Haley não puder concorrer contra Trump na Carolina do Sul, sua carreira estará acabada”, disse Russ Muirhead, professor da Dartmouth College, à AFP.
Ao mesmo tempo que se felicitava por uma “grande noite”, Donald Trump também fez um discurso cheio de raiva, alegando que os Estados Unidos são um “país falido” que está desmoronando. E criticou Haley por se recusar a jurar-lhe lealdade.
“Ela fracassou estrondosamente”, afirmou, antes de atacar a imigração em situação ilegal e os preços dos combustíveis e insistir, falsamente, que ganhou a eleição presidencial de 2020.
Ele declarou, inclusive, sem dar detalhes, que Haley pode acabar, em breve, sob “investigação”.
A equipe de campanha de Haley respondeu rapidamente.
“Se Trump está tão bem, por que está tão irritado?”, questionou.
Por fim, o ex-presidente republicano prometeu se vingar daqueles que o enfurecem.
Os detalhes sobre os eleitores republicanos revelados pelas pesquisas de boca de urna levantam dúvidas sobre a capacidade de Donald Trump de mobilizar o eleitorado para além de seus seguidores. Esta base apoia-o incondicionalmente.
Quando questionados se ele pode ser presidente mesmo sendo condenado por algum crime, 87% disseram que sim. Já entre os apoiadores mais moderados de Haley, apenas 12% disseram o mesmo.
Além disso, 86% dos apoiadores de Trump não acreditam que Joe Biden tenha vencido as eleições de 2020, contra 13% dos apoiadores de Haley.
Joe Biden também obteve uma vitória na terça-feira em New Hampshire. Venceu as primárias democratas, embora não estivesse nas cédulas, devido a um desentendimento com o diretório local do partido sobre o calendário eleitoral.
Enquanto Donald Trump e Nikki Haley se enfrentavam nesse estado do nordeste, Biden fazia um comício na Virgínia para defender o direito ao aborto, um dos temas mais proeminentes desta campanha eleitoral, junto com migração e economia.
Biden acusou o magnata de 77 anos de estar “empenhado” em restringir ainda mais o acesso à interrupção voluntária da gravidez.
Após a votação em New Hampshire, o presidente disse que Trump será, obviamente, o candidato republicano.
“O que está em jogo não poderia ser mais importante. Nossa democracia. Nossas liberdades individuais (…). Nossa economia (…). Está tudo em jogo”, escreveu.
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