ROMA, 14 JUL (ANSA) – Observatórios de ondas gravitacionais detectaram a maior colisão de buracos negros já registrada na história da astronomia, que produziu um objeto final com massa 225 vezes maior que a do Sol.
O fenômeno foi captado pelos observatórios Virgo, nos arredores de Pisa, na Itália; Ligo, nos Estados Unidos; e Kagra, no Japão.
Trata-se do maior evento do tipo detectado por meio de ondas gravitacionais, ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por violentos fenômenos cósmicos envolvendo corpos superdensos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
As ondas gravitacionais foram detectadas pela primeira vez em 2015 e, desde então, cerca de 300 foram captadas pelos cientistas a partir da fusão de buracos negros.
Os dois objetos em questão tinham massas aproximadamente 100 e 140 vezes maiores que a do Sol e giravam um em torno do outro a velocidades extremas, quase no limite do permitido pela Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein.
“Buracos negros dessas dimensões são proibidos pelos modelos padrão de evolução estelar. Uma possibilidade é que os dois objetos tenham se formado por fusões anteriores de buracos negros menores”, explicou Mark Hannam, chefe do Instituto de Exploração Gravitacional da Universidade de Cardiff, no Reino Unido.
“Mas cenários mais complexos podem ser a chave para decifrar essas características inesperadas”, salientou o físico italiano Gregorio Carullo, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra.
Ambos participaram do estudo. (ANSA).