Cientistas criam embrião de rato a partir de células-tronco

ROMA, 02 MAI (ANSA) – Cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, desenvolveram um embrião de rato “artificial”, ou seja, a partir de células-tronco, e não de células reprodutivas.   

No entanto, ele não se demonstrou capaz de chegar à fase madura.   

O estudo foi publicado na revista “Nature” e abre caminho para novas pesquisas sobre as etapas iniciais do desenvolvimento de seres vivos.   

No trabalho, coordenado por Nicolas Rivron, os cientistas usaram células-tronco que dão origem à placenta e ao organismo. Na proveta, elas formaram uma estrutura similar a um embrião em estágio inicial, o blastocisto.   

O embrião “artificial” foi chamado de “blastoide”, uma esfera feita de camadas sutis. A hipótese dos pesquisadores é que o estudo abra caminho para, em um futuro ainda distante, se desenvolver seres vivos “artificiais”.   

Além disso, a pesquisa possibilita um laboratório sem precedentes para se estudar as fases iniciais do desenvolvimento embrionário, como a formação da placenta. “Entender isso é importante pois permite compreender os mecanismos da infertilidade, que nasce de defeitos na implantação do embrião”, declarou o geneticista italiano Giuseppe Novelli, reitor da Universidade de Roma Tor Vergata.   

Segundo ele, a grande descoberta da pesquisa holandesa é o desenvolvimento da estrutura embrionária que gera a placenta, chamada “trofoblasto”. “O objetivo é entender como se forma o trofoblasto, como ele dialoga com o útero e quais genes se ativam”, disse.   

Uma placenta obtida com células-tronco, explica Novelli, nunca levará a um embrião avançado, algo que exige informações genéticas das células reprodutivas dos dois sexos. (ANSA)