Cientistas argentinos encontraram na Antártida o crânio quase completo de um pinguim gigante que habitava o continente há 35 milhões de anos, informou nesta quarta-feira (13) a Agência de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Nacional de La Matanza.

A espécie, que poderia atingir 1,70 metro de altura, foi nomeada em 1905, mas é “a primeira vez que um crânio encontrado na Antártida pode ser atribuído a uma espécie específica”, explicou Carolina Acosta Hospitaleche, pesquisadora do Museu de La Plata, em Buenos Aires.

Dos restos coletados em 2014 na ilha de Marambio, onde a Argentina tem a maior de suas bases antárticas, os cientistas foram capazes de determinar as espécies e esperam estabelecer com mais precisão os movimentos e hábitos deste Anthropornis Grandis.

“A partir da análise de suas inserções musculares e dos movimentos que ele poderia ter feito, estima-se que esse animal usaria seu bico longo para arpar suas presas, atravessando-as”, explicou Acosta Hospitaleche.

Além do crânio, foram encontrados restos do tarso e metatarso da perna esquerda, fundamentais para a determinação das espécies.

“Nós não apenas descrevemos os restos encontrados, mas também realizamos estudos paleoneurológicos para ver quais áreas do cérebro desse animal tiveram um maior desenvolvimento proporcional e, portanto, quais habilidades teriam sido mais desenvolvidas”, disse a cientista.

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O maior espécime de pinguim registrado foi descrito pelo Acosta Hospitaleche em 2010, quando foram analisados fósseis de uma espécie que poderia atingir 2,30 metros de altura e, segundo os cientistas, habitavam a costa leste da ilha de Marambio, no mar de Weddell, durante o Eoceno médio.


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