ROMA, 15 JUL (ANSA) – Especialistas em comportamento canino são categóricos em afirmar: não existem cães agressivos ou de índole “ruim”. A Itália revogou uma lista com raças “perigosas” em 2009 justamente por não haver correlação científica entre elas e a agressividade. Profissionais do setor explicam que os ataques de cães a humanos estão sempre relacionados “a uma má gestão do animal por seus tutores ao desconhecerem a conduta natural desses pets”.
As regulamentações no país são baseadas no comportamento individual dos cães e em programas de treinamento e registro de animais com potencialidade de “risco”. Com amor, paciência e responsabilidade é possível melhorar a qualidade de vida do cachorro e de seu tutor. Ao mesmo tempo, ninguém nega que cães de grande são mais desafiadores pela força de sua mordida, que pode ser letal.
“Cães de grande porte podem desafiar até os tutores mais experientes e exigem um manejo responsável por parte de seus responsáveis, devido à sua força física e mordedura potencialmente perigosa”, afirma o veterinário Federico Coccia, da Ca’ Zampa, acrescentando que “por isso, defendo a introdução de uma licença obrigatória com cursos de treinamento para os tutores sobre como lidar com seus animais de estimação de forma responsável”.
Entre os cães de grande porte que exigem uma educação com mais preparo estão o Kangal, uma raça turca conhecida por suas extraordinárias habilidades de proteção. Trata-se de um animal imponente, capaz de ultrapassar 60kg, mas equilibrado se bem cuidado.
Em seguida, vêm os mastins, particularmente o Mastim Inglês e o Mastim Napolitano, dois gigantes gentis que ultrapassam facilmente os 70kg. Esses cães têm uma disposição calma, mas possuem um forte instinto protetor, exigindo, portanto, um tutor experiente.
Já o Cane Corso, uma raça italiana de guarda e defesa, tem uma força de mordida bem potente. É um cão atlético, muito leal à família, mas com um temperamento dominante que requer firmeza e consistência.
Outra raça muito poderosa é o Dogo Argentino, criado para a caça de animais de grande porte. Musculoso e tenaz, pode exercer considerável pressão com suas mandíbulas. No mesmo padrão está o Dogue Canário.
Entre as raças mais populares estão o Rottweiler, o Dobermann, o Pastor Alemão e o Pitbull, todos cães inteligentes e protetivos, muito usados como animais de guarda.
Por fim, o Alano Espanhol e o Leonberger, apesar de considerados menos “agressivos”, possuem grande força física.
Como prevenir ataques de cães: Independentemente da raça e do porte do cão, o médico veterinário Federico Coccia cita alguns pontos que devem ser observados e aplicados para uma boa educação canina, evitando assim, um potencial ataque do animal de estimação.
1) Entender de onde vem a reatividade do pet: Um cachorro reage com agressividade em diversos cenários: quando está com problemas de saúde; quando está com medo ou inseguro; quando o contexto lhe faz reviver traumas passados ou em casos de fatores externos, como invasão de seu espaço privado ou quando é privado de socialização.
2) Atenção ao temperamento: Animais com instinto de posse e territorialismo precisam frequentar espaços onde se sentem seguros e confortáveis. Se o cão se sente excluído, isso pode ter consequências psicológicas que podem levá-lo a se rebelar.
3) Buscar ajuda profissional: É fundamental manter um contato ativo com um veterinário a fim de acompanhar a saúde do cão e, se for o caso, inserir também o acompanhamento de um adestrador qualificado. (ANSA).