A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) deu início, nesta segunda-feira (22), a uma visita de cinco dias à Guatemala para monitorar o “impacto” do “enfraquecimento” da democracia no país, alimentado por ações polêmicas do Ministério Público.

“O propósito dessa visita é observar os impactos do processo de enfraquecimento das instituições democráticas e da independência judicial no país desde a última visita realizada” em 2017, disse à imprensa a relatora da CIDH para a Guatemala, Andrea Pochak.

A missão foi convocada pelo governo do presidente social-democrata Bernardo Arévalo, no poder desde janeiro, e é chefiada pela presidente da CIDH, Roberta Clarke.

Durante a visita, a delegação se reunirá com autoridades do governo, deputados, líderes indígenas, jornalistas, ativistas sociais e outros.

O grupo também tem agendadas reuniões com autoridades do Ministério Público, embora Pochak não tenha especificado se falarão com a questionada procuradora-geral Consuelo Porras.

Sancionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que a consideram “corrupta” e “antidemocrática”, Consuelo é acusada de iniciar processos criminais contra dezenas de ex-funcionários da justiça que investigaram casos de corrupção de alto nível. Muitos deles estão agora no exílio.

Na última sexta-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, no final de uma visita à Guatemala, disse estar preocupado com a “perseguição” contra funcionários judiciais, jornalistas e ativistas empreendida por Consuelo.

A missão da CIDH concederá uma entrevista coletiva na próxima sexta-feira para apresentar as “observações preliminares” de sua visita.

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