ROMA E MILÃO, 23 FEV (ANSA) – O número de casos confirmados de coronavírus na Itália segue aumentando, tendo já passado de 120, segundo informações das autoridades do país. Para tentar conter o avanço da doença, o governo publicou algumas medidas neste sábado (22), como impedir a entrada e saída de pessoas das cidades afetadas pelo Covid-2019.   

A região da Lombardia é a que registra mais casos da doença, somando 89. Ela é seguida pelo Vêneto (25), Emilia-Romagna (nove) e Piemonte (seis). De acordo com o chefe da Proteção Civil do país, Angelo Borrelli, 26 dos infectados estão em terapia intensiva. Até o momento, duas pessoas morreram em decorrência do coronavírus.   

A lista de infectados não inclui os dois chineses que estão em Roma, já que um deles se recuperou e recebeu alta, enquanto o outro está quase curado da doença.   

Enquanto isso, a Itália enfrenta uma batalha para tentar frear o avanço do Covid-2019. O país decretou “toque de recolher” em 11 cidades – 10 delas na Lombardia – e afetará cerca de 50 mil pessoas. As cidades lombardas afetadas pelo decreto do governo são: Codogno, Castiglione d’Adda, Casalpusterlengo, Fombio, Maleo, Somaglia, Bertonico, Terranova dei Passerini, Castelgerundo e San Fiorano. A última e única no Vêneto é Vò.   

“Já atribuímos à polícia um mandato e, se necessário, haverá as Forças Armadas, mas estamos muito confiantes sobre a colaboração dos cidadãos. Tenho certeza”, explicou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte.   

A cidade de Milão, a mais famosa da Lombardia, não tem nenhum caso confirmado e não está incluída das áreas de risco.   

Entretanto, o prefeito Giuseppe Sala fechou escolas e adiou a realização de eventos públicos, como a feira Myplat & Garden e o jogo entre Inter e Sampdoria, pela Série A, que seria hoje (23) no San Siro.   

Outro famoso evento afetado pelo coronavírus foi a Semana de Moda de Milão. O desfile da grife italiana Giorgio Armani, por exemplo, precisou ser realizado por transmissão via internet.   

No geral, o governador da Lombardia, Attilio Fontana, decidiu “a suspensão de manifestações ou iniciativas de qualquer natureza [na região], de eventos ou de qualquer forma de reunião em locais públicos ou privados, também de natureza cultural, recreativa, esportiva e religiosa”.   

“Parece que estamos em guerra: estamos parados, as lojas estão fechadas, apenas os supermercados estão abertos algumas horas por dia. Aqui não há mais carne e eles não sabem quando chegará porque tudo vem de fora. As pessoas estão com medo”, disse um morador de Casalpusterlengo, um dos 10 municípios da Lombardia que estão em quarentena.   

Em Friuli Venezia Giulia, eventos públicos foram cancelados pelo governo da região, bem como universidades e escolas. No Vêneto, a realização do famoso Carnaval de Veneza foi adiado até o dia 1º de março. Por fim, no Piemonte, todas as instituições de ensino foram fechadas.   

No meio do surto, um navio de resgate de imigrantes desembarcou no porto de Pozzalo, na província de Ragusa, com 272 pessoas, entre elas 208 adultos e 64 crianças. Eles estavam a bordo do navio Ocean King e todos ficarão em quarentena.(ANSA)