SÃO PAULO, 23 AGO (ANSA) – O aumento do número de queimadas na Amazônia motivou a convocação de manifestações pela preservação da região em dezenas cidades do Brasil e do mundo entre sexta-feira (23) e domingo (25).   

Ao menos 40 cidades brasileiras, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Natal, Manaus, Salvador, Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São Carlos (SP), São José dos Campos (SP) e Atalanta (SC), se mobilizaram nesta sexta-feira(23).   

Na capital paulista, centenas de pessoas estão reunidas em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. Os manifestantes entoaram gritos de ordem contra Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Fora Salles” e “Bolsonaro sai, a Amazônia fica” foram alguns dos coros que dão o tom do ato, que une representantes de ONGs, empresários e estudantes. O grupo ainda exige mudanças nas políticas ambientais do governo. O protesto, que é pacífico, está sendo acompanhado por dezenas de policiais militares. Já no centro do Rio de Janeiro, os protestantes se reuniram na escadaria do Palácio Pedro Ernesto e na Cinelândia. A mobilização é marcada por cantos e gritos pedindo a saída de Salles e contra Bolsonaro. Em Brasília, o ato, que reuniu ativistas, estudantes e ambientalistas, começou em frente ao Ministério do Meio Ambiente, onde houve projeção de frases com pedido de socorro à floresta e imagens de incêndios e queimadas.   

Durante a manifestação, a principal via da Esplanada dos Ministérios teve cinco de suas seis faixas bloqueadas. Para diminuir o impacto no trânsito da capital federal, servidores públicos foram dispensados do trabalho por volta das 16h.   

Já no exterior, Sidney (Austrália), Colônia (Alemanha), Londres (Reino Unido), Paris (França), Salamanca (Espanha), Barcelona (Espanha), Madri (Espanha), Lisboa (Portugal) e Dublin (Irlanda) também realizaram protestos e ainda têm atos programados. O movimento “Fridays For Future”, criado pela sueca Greta Thunberg, também realiza hoje (23) protestos contra o governo brasileiro em frente ao Panteão de Roma e do consulado brasileiro em Milão.   

De acordo com o relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que estuda a região há 28 anos, a taxa de desmatamento na floresta brasileira cresceu 66% em julho passado, embora esse percentual chegue a 278%, segundo projeções do Inpe.   

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem sido constantemente alvo de críticas sobre a política ambiental que tem promovido. Na semana passada, inclusive, os principais países doadores do Fundo Amazônia, a Alemanha e Noruega, anunciaram a suspensão de seus repasses após a divulgação das taxas de desmatamento na região Segundo o Greenpeace, uma das organizações que promovem os protestos, também estão previstas mobilizações para o fim de semana.   

No fim da tarde de hoje, Bolsonaro assinou decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Floresta Amazônica. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal. (ANSA)


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