Várias cidades em Nagorno-Karabakh, um território azerbaijano de maioria armênia no Cáucaso, estão sendo alvo de “fogo intenso”, afirmaram as autoridades separatistas armênias nesta terça-feira (19), pouco depois de o Azerbaijão ter iniciado operações designadas como “antiterroristas”.

“O Azerbaijão lançou uma operação militar em grande escala contra a República de Artsakh”, o nome dados pelos armênios a Nagorno-Karabakh, afirmou no Facebook uma organização separatista com sede na Armênia.

A Rússia, que tem forças de manutenção da paz neste enclave montanhoso do Cáucaso, reagiu, pedindo aos governos de Azerbaijão e Armênia que “acabem com o derramamento de sangue” e voltem a “um acordo pacífico” neste território disputado há décadas.

“A parte russa pede, urgentemente, o fim do derramamento de sangue (…) e o retorno a um acordo pacífico”, disse a porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, aos jornalistas.

A Armênia garantiu que não tem Forças Armadas mobilizadas em Nagorno-Karabakh, o que implica que seus aliados separatistas estão sozinhos para enfrentar as “operações antiterroristas” lançadas pelo Azerbaijão.

E, de acordo com agências de notícias russas, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, reuniu seu conselho de segurança.

“O Ministério da Defesa da Armênia declarou, repetidamente, e declara novamente, que a Armênia não tem um exército em Nagorno-Karabakh”, disse o ministério em um comunicado divulgado no Telegram.

O Azerbaijão disse, por sua vez, que abriu corredores humanitários para permitir a retirada de civis. E insistiu em que a paz é possível apenas com “a retirada incondicional e total das Forças Armadas armênias da região azerbaijana de Karabakh e da dissolução do suposto regime separatista” do enclave, afirmou a Chancelaria, em um comunicado.

Nagorno-Karabakh proclamou sua independência de Baku na esteira da desintegração da URSS, o que deflagrou um conflito armado vencido pelos separatistas armênios no início da década de 1990.

Trinta anos depois, no outono de 2020, as Forças Armadas do Azerbaijão tiveram sua revanche e recuperaram vários territórios na região.

Pouco antes de Baku iniciar sua operação “antiterrorista”, quatro polícias e dois civis azerbaijanos morreram nesta terça-feira, na explosão de minas em Nagorno-Karabakh.

Os serviços de segurança do Azerbaijão acusaram um grupo de “sabotadores” separatistas armênios de terem plantado estas minas e, com isso, cometido um ato de “terrorismo”.

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