Este ano, em plena terça-feira de Carnaval, ocorreu uma tragédia em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Sessenta e cinco pessoas morreram em decorrência da tempestade e o prejuízo financeiro foi enorme. A catástrofe fez o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, transferir o seu gabinete do Palácio dos Bandeirantes para a cidade litorânea. O presidente Lula também agiu rápido, interrompeu as suas férias na Bahia e foi de helicóptero para São Sebastião, onde coordenou as ações emergenciais. Os reflexos da catástrofe ainda podem ser sentidos e visualizados.

Não é de se espantar, infelizmente, que o que houve em São Sebastião possa voltar a acontecer em outras regiões do País. Essa possibilidade é real, porque o Brasil é repleto de localidades com características semelhantes às da região destruída no litoral paulista: construções feitas muito perto de encostas e, por esse motivo, correndo sérios riscos de desabarem ou serem carregadas pelas chuvas fortes. Prova disso é o bairro de Cidade Tiradentes, na Zona Leste paulistana.

Neste exato momento, os moradores que vivem no entorno da Avenida Souza Ramos estão com água barrenta na altura dos joelhos dentro de suas casas. Como é de se esperar, os idosos e as crianças são os que mais sofrem. Os pequenos já começaram apresentar diversos tipos de infecções de pele devido ao contato com a água contaminada. Os líderes comunitários dizem que a subprefeitura da região demora a agir. Como estamos ainda no período de chuvas fortes, com reflexo das águas de março, se faz necessário que os exemplos de Tarcísio e de Lula sejam seguidos para que o pior não aconteça aos moradores de Cidade Tiradentes, cujas moradias estão expostas a deslizamentos nas encostas.