O governo da Cidade do México denunciou nesta quarta-feira inconsistências na perícia feita pela empresa norueguesa DNV para esclarecer as causas do colapso de um trecho do metrô em 3 de maio de 2021, que deixou 26 mortos e 80 feridos.

A secretária de Gestão Integral de Riscos da capital, Myriam Urzúa, disse à imprensa que a unidade sob sua responsabilidade “observou deficiências e inconsistências na análise” feita pela empresa norueguesa a pedido do governo local.

Myriam ressaltou que, apesar das inconsistências apontadas pelo governo, a DNV apresentou em 28 de fevereiro seu relatório final, no qual “não atendeu às especificações solicitadas. Não apresentaram hipóteses alternativas para investigar, sua avaliação e os motivos de sua rejeição”, acrescentou.

Após o acidente, a DNV antecipou duas partes de sua investigação, que apontavam erros no projeto original da obra, inaugurada em 2012, quando Marcelo Ebrard, atual chanceler do México, era o prefeito.

O jornal espanhol “El País” adiantou que, em seu último relatório, a DNV também mencionava como um dos motivos do colapso a falta de manutenção da via, que apontava para a responsabilidade do governo da atual prefeita, Claudia Sheinbaum, que pertence ao partido Morena, do presidente Andrés Manuel López Obrador, e é aspirante a sucedê-lo.

Claudia havia antecipado que seu governo não aceitaria o relatório final da consultoria, alegando que o mesmo estava “mal feito” e era “usado com fins políticos”. López Obrador saiu hoje em defesa de Claudia, ao afirmar que a mesma “é uma mulher íntegra e honesta, submetida a uma forte pressão”.

Após o acidente, o magnata mexicano Carlos Slim, dono da empresa que construiu a maior parte do trecho danificado, prometeu pagar pela reconstrução.

O metrô da Cidade do México é um dos maiores do mundo, com uma extensão de 226 quilômetros.