Em 2020, o município de Joinville, em Santa Catarina, recebeu a maior parcela de carga de cloroquina doada ao Brasil por Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Na época, o plano era abastecer o “centro de tratamento precoce” local, mas 130,5 mil dos 160 mil comprimidos entregues seguem parados. Segundo informações da Folha de S.Paulo, a prefeitura agora tenta devolver o estoque ao Ministério da Saúde.

Joinville não é a única cidade que pediu para receber a hidroxicloroquina e agora encara lotes sem uso. Em janeiro de 2021, Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre, anunciou a flexibilização de restrições contra o coronavírus e decidiu apostar no kit Covid. Na época, a capital gaúcha pediu e recebeu do governo Bolsonaro 24 mil unidades de cloroquina, entregou 10 comprimidos e suspendeu a oferta após uma decisão da Justiça. Assim como o munícipio catarinense, a prefeitura segue com o estoque e afirma tentar devolver à Saúde.

Para a Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde informou que orienta municípios a procurarem os governos estaduais para repassar a cloroquina para o tratamento de doenças previstas na bula, como lúpus e artrite reumatoide.

Em 2020, os Estados Unidos enviaram três milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil. O Ministério da Saúde ficou com 2 milhões de doses da carga doada e, deste volume, entregou 600 mil a estados e municípios que pediram o medicamento. Sem novas demandas ligadas à pandemia da Covid-19, o órgão precisou destinar 1,4 milhão para doenças previstas em bula.