Confrontos entre a polícia e manifestantes sacudiram nesta sexta-feira a cidade argentina de Formosa, norte do país, durante um protesto provocado pela decisão das autoridades provinciais de retornar à fase mais estrita da quarentena devido à pandemia.

Forças de segurança reprimiram com gás e balas de borracha cententas de manifestantes que se dirigiam à sede do governo da província de Formosa, no centro da cidade de mesmo nome, onde derrubaram barreiras de segurança. Os manifestantes, muitos deles trabalhadores da economia informal, avançaram aos gritos de “Queremos trabalhar!”.

Cerca de 60 pessoas foram presas, denunciou a vereadora Gabriela Neme, que fraturou o braço durante o protesto. Segundo a Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina, um jornalista foi ferido por balas de borracha e uma colega foi detida durante a cobertura do protesto.

Os manifestantes protestavam contra o anúncio de que, nas próximas duas semanas, Formosa passará à fase 1 da quarentena, a de maior restrição a atividades, após a confirmação de novos casos de Covid-19. “Um grupo que não concorda com as decisões sanitárias recorreu à violência extrema para fazer suas reivindicações. Nada justifica esse tipo de ação violenta. Fazemos um chamado à reflexão e convidamos a que todas as suas reivindicações sejam feitas de forma pacífica”, declarou o ministro de governo provincial Jorge Abel González, ao ratificar o endurecimento das restrições.

A Argentina supera 1,2 milhão de infectados e 52 mortes por coronavírus, em um país de 44 milhões de habitantes.