A história do Cidadão Instigado, um dos mais importantes grupos do rock nacional, começou a se desenhar no final da década de 1990. Em uma pequena garagem no bairro de Varjota, região periférica da cidade de Fortaleza, Fernando Catatau escrevia suas músicas de maneira intuitiva. “Eu montei a banda quando comecei a compor na minha casa. Depois, vim morar em São Paulo pela primeira vez, em 1994. Foi uma época de muita solidão. Saí de Fortaleza e fiquei muito sozinho por aqui. Isso foi ótimo para mim, na verdade. Eu pude compor mais. Voltei para a minha terra em 1996 e montei a banda. Não foi fácil”, lembra Catatau em entrevista ao Estado por telefone.

Em meio a um apanhado de sentimentos antagônicos, toda a história do Cidadão Instigado poderá ser vista em detalhes nesta sexta, 16, e sábado, 17, no Sesc Pompeia, onde a banda faz dois shows para celebrar duas décadas de existência. As apresentações marcam o início da turnê comemorativa do conjunto. “É a primeira vez nesses 20 anos que fazemos um show sem ser de um disco específico do grupo”, conta ele. Além da turnê comemorativa, o grupo vai relançar os quatro discos do grupo no formato vinil: O Ciclo da Decadência (2002); Cidadão Instigado e o Método Túfo de Experiências (2005); UHUUU! (2009) e Fortaleza (2015). “Eu vejo que todos os álbuns são como uma obra só. Eles contam a história dos nordestinos que gostavam de rock, vieram para São Paulo e tentaram se conectar com a cidade”, diz ele.

Fernando Catatau, Dustan Gallas, Yury Kalil, Rian Batista, Clayton Martin e Regis Damasceno também ganharam um filme sobre os bastidores dos shows do último álbum da banda, Fortaleza. O documentário, dirigido por Ivo Lopes Araújo, se chama Guardo Tudo Nas Lembranças Que É Para Nunca Desistir. “O filme foi apresentado na festa de 20 anos da banda. Ainda estamos pensando em como vamos divulgá-lo melhor”, acrescenta Catatau.


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