Uma mulher que estava sendo resgatada da enchente provocada pelo ciclone que passou pelo Rio Grande do Sul morreu nesta terça-feira, 5, durante uma tentativa de transportá-la para um local seguro. A moradora de Lajeado chegou a ser recolhida da água por um policial militar, mas o cabo que sustentava o PM e a vítima se rompeu, fazendo com que ambos caíssem de aproximadamente 20 metros de altura sobre o rio Taquari.

O acidente foi narrado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em vídeo divulgado pelas redes sociais. “Tivemos um incidente com uma das aeronaves do Estado. Estava sendo feito um resgate, um dos nossos policiais militares socorria uma senhora no Vale do Taquari. Perto de chegar à aeronave, o cabo se rompeu, infelizmente os dois caíram no rio e essa senhora perdeu a vida. A gente lamenta profundamente”, narrou o governador. A identidade da vítima não foi revelada.

“O policial militar conseguiu ser socorrido e encaminhado ao hospital, com bastante ferimento, mas a informação que eu tenho é de que sem correr risco de vida”, completou Leite.

Em outra entrevista, o governador voltou ao tema e ressaltou também o efeito psicológico do acidente. “No momento em que acontece esse acidente, a aeronave deixa de atuar nos resgates, porque tem de fazer perícia para verificar o que aconteceu. Os pilotos envolvidos serão atendidos em uma situação de estresse pós-traumático.”

A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul matou ao menos 21 pessoas até a tarde desta terça-feira, 5. Em Santa Catarina também foi registrada a morte de uma pessoa.

Somente no município de Muçum, na região do Vale do Taquari, foram localizados 15 corpos. Mais de 80% da cidade ficou alagada. “É o maior volume de mortes em um evento climático no Estado do Rio Grande do Sul”, disse o governador. Mais de 4,5 mil pessoas ficaram desalojadas no Rio Grande do Sul.

O foco dos trabalhos de apoio às vítimas está voltado principalmente ao Vale do Taquari, em municípios como Roca Sales, Muçum, Encantado, Lajeado e adjacências. “Agora é a hora de proteger vidas, de cuidar das pessoas. A reconstrução, os bens materiais, isso a gente vai ver logo em seguida, assim que a situação estiver estabilizada”, disse Leite.