O presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, negou que importadores de couro brasileiro estariam suspendendo compras do produto, diferentemente de carta assinada pelo próprio dirigente que circula na manhã desta quarta-feira, 28. A suspensão teria sido aventada por causa da repercussão internacional das queimadas na Amazônia e da possível associação dos incêndios com a atividade pecuária na região.

Na carta direcionada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na noite da terça-feira, 27, o CICB menciona “suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais”.

Bello, contudo, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que se trata de um “erro de pré-avaliação” da entidade.

“A carta foi divulgada (pelo próprio CICB) antes da checagem com a empresa importadora”, disse Bello. “Esse importador estaria supostamente suspendendo as compras. Foi um equívoco nosso. Vamos corrigir a informação junto ao governo federal”, disse Bello.

O presidente do CICB afirmou também que não há intenção de os importadores boicotarem ou restringirem compras do produto brasileiro. Segundo ele, em contato com o CICB, o importador explicou que vai continuar com os pedidos em andamento, mas que gostaria de “esclarecimento adicionais” sobre a origem e rastreabilidade do produto.

“Recebemos este relato de uma indústria brasileira e, quando esclarecemos o fato com o cliente internacional, obtivemos a informação de que não haverá cancelamentos”, acrescentou o presidente do CICB.

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Mais cedo, em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, ele já havia garantido que a exportação de couro não foi interrompida e que os importadores gostariam apenas de mais informações.

De acordo com a entidade, entre as marcas internacionais que já solicitaram esclarecimentos adicionais estão Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.

Segundo Bello, todo o couro originado no Brasil passa por processo de rastreabilidade e controle, auditado por órgão internacional. “Diante desses questionamentos, concedemos ainda garantias adicionais aos compradores quanto ao controle e rastreabilidade do couro brasileiro”, relatou.


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