Os arquitetos são capazes de projetar cidades de forma que as pessoas fiquem protegidas de fortes eventos naturais como, por exemplo, as grandes tempestades. Os meteorologistas podem determinar com alta precisão o volume de água que vai cair do céu aqui ou ali. Os cientistas especializados no estudo do clima são especialistas nos fenômenos da natureza. Mesmo assim, é inaceitável que algo antecipado com bom nível de previsão cause o impacto que vem causando em todo o País. Entra ano sai ano é a mesma coisa: chuvas torrenciais causam mortes e deixam um rastro imenso de dor e destruição. Até parece que o verão é uma novidade para os governantes.

A tragédia atual acontece na Bahia, principalmente nas regiões de Itabuna e Ilhéus, mas também com consequências terríveis nos municípios de Itamaraju, Jucuruçu, Eunápolis, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas. Já são vinte pessoas mortas, muitos desabrigados e desaparecidos. As imagens mostram áreas do entorno do Rio Cachoeira completamente inundadas e moradores desolados. Se era possível fazer algo antes que o desastre se instalasse porque isso não foi feito? E agora, mais uma vez os moradores ficaram por sua conta e risco. Quem será responsabilizado?

É bom lembrar que, em vez de visitar os desabrigados na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro segue em férias, em Santa Catarina. Enquanto brasileiros morrem afogados, ele pesca, sem dor na consciência ou respeito pelos mortos.
Mais uma vez, ele demonstra apenas que não está nem aí para o sofrimento dos brasileiros.

Antes de essa calamidade acometer a Bahia, a vítima tinha sido Minas Gerais onde cinco pessoas morreram e mais de onze mil foram atingidas. No entanto, o Rio de Janeiro talvez tenha sido o estado brasileiro mais duramente foi castigado por esse fenômeno natural. As chuvas do verão passado devastaram a Baixada Fluminense. Em outra ocasião, há dez anos, a água provocou uma catástrofe em Petrópolis que deixou mais de 250 mortos. O caso foi é um dos maiores símbolos do descaso do poder público com a população – e nada impede que ele se repita no ano que vem.