A chuva voltou a preocupar os moradores do Rio Grande do Sul que ainda se recuperam das enchentes enfrentadas durante o mês de maio. De acordo com a MetSul Meteorologia, novas inundações devem ocorrer no estado por conta dos elevados volumes de chuva esperados para esta semana.

As precipitações são causadas por uma a frente fria que chegou ao estado durante o sábado e deve permanecer na região por causa do bloqueio atmosférico associado ao ar seco e quente no Centro do Brasil.

Segundo a MetSul, os maiores volumes de chuva concentram-se desde sábado sobre a Serra Gaúcha e os Campos de Cima da Serra, com marcas de 100 mm a 150 mm em alguns pontos e que tendem a se elevar ainda mais.

O acumulo de chuva durante o fim de semana já fez com que os rios Caí e Taquri ultrapassassem a cota de inundação em algumas cidades.

De acordo com o Climatempo, nos próximos dias, as chuvas devem avançar também sobre Santa Catarina, e o maior volume acumulado deve acontecer no oeste catarinense, onde há risco de temporais. Em Florianópolis e no nordeste do Estado, não há expectativa de chuva.

A condição de chuvas intensas na região tem afetado a economia em diversas áreas, principalmente na produção de alimentos, uma vez que a região é uma importante produtora de carnes e grãos, como arroz.

Microexplosão em São Luiz Gonzaga

No sábado, 15, um temporal com vento e granizo causou grande destruição na cidade de São Luiz Gonzaga, na região noroeste do Rio Grande do Sul. Cerca de 1,2 mil casas e empresas foram danificadas, segundo a prefeitura.

A Sala de Situação do Estado classificou o fenômeno como uma microexplosão, decorrente das instabilidades climáticas que atingiram a região.

A tempestade, iniciada por volta de 22h30, durou pouco mais de cinco minutos, mas teve força avassaladora na cidade de 34,7 mil habitantes. Coberturas de galpões industriais foram arrancadas, silos entortaram e telhados de casas foram levados pelo vento.

Cerca de 15 mil pessoas estão sofrendo as consequências do temporal, de acordo com o prefeito Sidney Brondani (PP). Os bairros mais atingidos foram o Agrícola, Jauri, Cohab, Mário, Auxiliadora, Presidente Vargas e a área industrial, além do centro.

Segundo ele, as pessoas que não tiveram condições de ficar em casa devido aos danos foram para as casas de parentes. Postos de saúde e escolas também foram atingidos e as aulas estarão suspensas nesta segunda-feira, 16. Houve quedas de postes e suspensão parcial no fornecimento de água. Segundo o prefeito, equipes e voluntários trabalham na desobstrução de ruas e ajudam no reparo das casas.

A Câmara de Vereadores anunciou o repasse de uma verba de R$ 1 milhão que estava destinada à construção do novo prédio do Legislativo para socorrer o município na calamidade.

Conforme a Defesa Civil estadual, a microexplosão ocorre quando existem tempestades intensas, com descargas elétricas e nuvens com alta concentração de água, que acaba sendo despejada em direção ao solo. Geralmente o fenômeno é acompanhado por fortes rajadas de vento e granizo.

* Com informações do Estadão Conteúdo