A morte de Tina Turner continuou suscitando, nesta quinta-feira (25), homenagens emocionadas dos fãs e do ‘showbiz’, que a enalteceram como a indiscutível “rainha do rock”, como ela gostaria de ser lembrada.

Pouco após o anúncio de sua morte, aos 83 anos, em consequência de uma longa doença, na quarta-feira, os fãs começaram a depositar flores e velas na Calçada da Fama, em Hollywood, e em frente à casa da estrela americana perto de Zurique, na Suíça.

“Você é simplesmente a melhor”, dizia uma mensagem que se destacava entre as dezenas de buquês que se acumulavam em frente ao portão do castelo Algonquin, em Küsnacht, situada na cobiçada Costa do Ouro, no lago de Zurique.

Para Ana Ferreira, que se deslocou até a residência da cantora, Tina Turner “era a rainha porque era totalmente comprometida com a música. O corpo, a voz, era muito forte”.

“Alguém como ela deveria viver eternamente”, diz Barbara Burkhalter, outra fã.

Durante a noite, seus admiradores aguardaram calmamente a vez para depositar flores e velas em uma homenagem à “The Best (a melhor)”.

A cantora se mudou para a Suíça em 1995, junto com seu companheiro, o alemão Erwin Bach, de 67 anos. Em 2013, três meses depois de se casar com Bach e se tornar cidadã suíça, renunciou à cidadania americana.

– “The Best” –

Desde 1950, quando iniciou sua carreira artística nos Estados Unidos, Tina Turner ganhou oito Grammys, prêmio máximo da música americana.

Famosa por suas canções, como “Proud Mary” e “The Best”, a artista pioneira encantou os fãs com sua voz inconfundível e shows ao vivo únicos.

Sem medo de envelhecer, em abril disse ao jornal The Guardian que esperava ser lembrada como a “rainha do rock’n roll”.

E parece ter conseguido, a julgar pelas homenagens, como a do jogador de basquete Magic Johnson, que não escondeu a emoção com a perda da “lendária rainha do rock”.

Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, não só destacou seu “talento”, mas também a descreveu como alguém “calorosa, divertida e generosa”. O guitarrista da banda, Ronnie Wood, também lamentou a perda da “rainha do rock e do soul”.

– Emoção –

“Os termos ‘lendária’, ‘ícone’, ‘diva’ e ‘superstar’ foram muito usados, mas Tina Turner encarna cada um deles e outros tantos”, declarou Mariah Carey.

Gloria Gaynor, outra cantora de sucesso como ela, afirmou que Tina Turner “abriu o caminho para muitas mulheres, negras e brancas, no rock”.

O presidente americano, Joe Biden, destacou que ela foi a “única mulher que ganhou nas categorias pop, rock, e RnB” no Grammy, um “sinal de sua polivalência, criatividade e enorme popularidade”.

Para o ex-presidente Barack Obama, Tina Turner é uma “estrela com uma luz que nunca vai se apagar”.

Na Califórnia, os fãs também foram até sua estrela na Calçada da Fama para homenageá-la.

Nascida em 26 de novembro de 1939 no Tennessee (sul dos Estados Unidos), como Anna Mae Bullock, seu nome de registro, começou a carreira aos 16 anos com o grupo de blues “Kings of Rythm”, de Ike Turner, que se tornaria seu marido.

Com o “The Ike and Tina Turner Revue”, o casal integrou um dos grupos negros mais populares nos Estados Unidos na década de 1960.

– “Sobrevivente” –

Em 1966, Ike Turner e seus músicos abriram a primeira parte da turnê britânica dos Rolling Stones, o que lhes permitiu iniciar uma carreira de sucesso na Europa.

Mas Ike Turner espancava Tina regularmente, até que em 1976 ela decidiu fugir e teve que se esconder por um tempo até que conseguiu se divorciar, em 1978.

Nas mensagens que começaram a chegar após a notícia de sua morte, muitos destacaram sua resistência e sua coragem frente à violência doméstica.

“Para mim, sempre será uma sobrevivente e uma inspiração para as mulheres de todo o mundo”, disse Mariah Carey.

A atriz Angela Bassett, que interpretou a cantora no musical “Tina”, de 1993, perguntou-se: “como se diz adeus a uma mulher que fez de sua dor e de seus traumas uma força e os usou para mudar o mundo?”

“Tina Turner demonstrou a outras pessoas que vivem com medo como deveria ser um futuro belo, cheio de amor, compaixão e liberdade”, acrescentou a atriz, indicada ao Oscar por sua atuação.

Após um tempo afastada, Tina Turner deu a volta por cima e retornou nos anos 1980 com o álbum “Private Dancer”.

Segundo um comunicado de seu agente, os “funerais serão privados, na presença de amigos próximos e da família”.

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