O Ministério Público do Rio de Janeiro suspeita que o senador Flávio Bolsonaro faça lavagem de dinheiro com uma franquia de chocolates em um shopping na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele ganhou 82% mais com a chocolateria do que declarou ao fisco. As investigações ainda estão sendo feitas, mas tudo indica que o filho do presidente usou a loja para lavar dinheiro. Afinal, o desempenho financeiro do senador é fenomenal. Ele declarou à Justiça Eleitoral em 2010 ter bens no valor de R$ 690 mil. Mas, na campanha de 2018, para o Senado, declarou ter bens no valor de R$ 1,7 milhão. O pior vem depois. De 2010 a 2017, comercializou 19 imóveis, no valor de R$ 9,4 milhões, obtendo um lucro de R$ 3,089 milhões.

Coisa tão espetacular que seu pai, o presidente Bolsonaro, comparou-o a Neymar, como uma pessoa muito acima da média. Associando esse desempenho de Flávio nos negócios, na compra e venda de imóveis e na chocolateria, o MP do Rio investiga um outro ponto forte de Flávio: a obtenção de dinheiro com rachadinhas de funcionários em seu gabinete no tempo em que era deputado estadual no Rio.

O seu braço direito nas maracutaias na rachadinha era, como todos sabem, seu ex-motorista Fabrício Queiroz, que em dois anos movimentou R$ 7 milhões, dos quais R$ 2 milhões vieram de funcionários do gabinete de Flávio. E, pior, e mais grave ainda. Muitos dos funcionários de Flávio são ligados a milicianos do Rio, como a mulher e a mãe do chefão das milícias cariocas, o capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, empregadas por Flávio em seu gabinete no Rio. E mais: Flávio homenageou Adriano e outros milicianos na Assembleia do Rio com a medalha Tiradentes, a mais alta honraria. O MP carioca investiga se Queiroz e os milicianos do Rio podem estar ligados aos laranjas do senador, fechando o círculo do chocolate com laranja.