O ex-presidente francês, Jacques Chirac, que morreu nesta quinta-feira aos 86 anos, é visto como um herói na Bolívia por seu papel junto à Fifa para evitar o veto aos jogos de futebol em lugares de grande altitude, como La Paz, que fica 3.600 metros acima do nível do mar.

Esse veto começou a ser arquitetado com a inédita vitória boliviana sobre o Brasil por 2 a 0 em La Paz nas eliminatórias para a Copa do Mundo dos Estados Unidos em 1994, e terminou explodindo com o triunfo de 3 a 1 sobre o Uruguai, que deixou a ‘Celeste’ fora dessa competição.

Para o Brasil foi a primeira derrota em uma partida classificatória para um mundial. Já a Bolívia se classificou pela primeira e única vez para uma Copa.

Foi nesse cenário que Chirac, cujo país se preparava para receber o Mundial seguinte, em 1998, vestiu a camisa da Bolívia para que a Fifa agisse favoravelmente ao país. Mas a seleção boliviana não conseguiu se classificar para o torneio.

Chirac teve uma recepção de herói anos mais tarde na Bolívia e o governo boliviano lhe concedeu o ‘Cóndor de los Andes’, maior distinção, quando visitou o país sul-americano no dia 15 de março de 1997.

Considerado “herói da altura”, Chirac foi recebido por seu colega boliviano, o liberal Gonzalo Sánchez de Lozada.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

No estádio Hernando Siles de La Paz, Chirac disse: “desejo de todo coração que a Bolívia se classifique para a Copa do Mundo da França e que Deus os acompanhe. E tomara que possamos ver Bolivia e França nas finais da Copa do Mundo em Paris”.

O destino não quis assim e a Bolívia iniciou desde então um longo jejum e nunca mais voltou a participar de um Mundial.

jac-rb/ol/ma/aam


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias