A companhia chinesa de transporte particular Didi Chuxing anunciou nesta quinta-feira (4) a compra do serviço brasileiro 99 Taxis, um novo passo na sua ambição de se expandir no mercado sul-americano e competir com Uber.

Didi, que conta com mais de 450 milhões de usuários, já tinha uma participação na empresa brasileira, na qual investiu 100 milhões de dólares há um ano.

Sem divulgar o valor total da transação, Didi Chuxing anunciou em um comunicado que assume o controle da 99 Taxis e seus 14 milhões de clientes registrados.

Didi vai competir com Uber nas grandes cidades brasileiras.

De acordo com Bloomberg News, São Paulo e Rio de Janeiro são as duas cidades do mundo onde o serviço da Uber possui mais viagens, seguidas pelo México.

Para o grupo chinês, a compra da 99 Taxis é “uma nova etapa em sua estratégia internacional”. “A internacionalização é nossa prioridade”, declarou o CEO da chinesa, Cheng Wei.

Em uma declaração conjunta divulgada na quarta-feira (3), as empresas definiram o Brasil como “o mercado de internet móvel mais rápido do mundo”, com uma crescente indústria de transportes compartilhados.

“Estamos confiantes de que fazer parte da Didi Chuxing aumentará enormemente a nossa capacidade de expandir nossos serviços”, declarou Peter Fernandez, diretor-executivo da 99.

A empresa brasileira foi fundada em 2012 e atualmente conta com mais de 300 mil motoristas, operando em 400 cidades da maior economia latino-americana, de acordo com dados da própria companhia.

Em 2015, Didi já havia comprado participações na empresa indiana de reservas de táxis Ola, bem como na americana Lyft, rival da Uber nos Estados Unidos.

Também possui interesses na Europa, graças a uma aliança com a Taxify, presente em cerca de vinte países europeus.

Didi Chuxing, que no ano passado comprou as últimas operações da Uber na China, garante que controla 90% do mercado de transporte compartilhado em seu país e quase todo o mercado local de reservas de táxis através do celular.

No início de 2017, Didi arrecadou US$ 5 bilhões e, em dezembro, outros US$ 4 bilhões para financiar sua expansão.

Entre os investidores estão a empresa de telecomunicações japonesa Softbank e o fundo dos Emirados Árabes Unidos Mubadala Capital, segundo indicaram à AFP fontes próximas à transação, segundo as quais o valor de Didi agora atinge os 56 bilhões de dólares.

Graças a isso, Didi espera desenvolver a inteligência artificial e criar sua própria rede de estações de recarga para seus carros elétricos.

Didi Chuxing foi criada em 2015 pela fusão de dois aplicativos rivais, apoiados, respectivamente, pelos gigantes chineses da internet Alibaba e Tencent.

A companhia realiza, em média, 25 milhões de trajetos por dia.