Um tribunal chinês condenou um homem a nove anos de prisão, nesta sexta-feira (7), por manter sua mulher acorrentada pelo pescoço, em um caso que gerou indignação em todo o país.

As imagens dessa mãe de oito filhos acorrentada em uma fazenda na província de Jiangsu (leste) chocaram a opinião pública na China, quando foram divulgadas em janeiro de 2022.

Seu marido foi preso junto com várias outras pessoas acusadas de tráfico humano.

Dong Zhimin foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por “maus-tratos”, anunciou hoje o tribunal popular intermediário em Xuzhou, uma cidade a cerca de 100 quilômetros de Xangai. O réu também recebeu três anos adicionais por “sequestro”.

Outras três pessoas julgadas neste mesmo caso receberam sentenças de oito a 11 anos de prisão.

Segundo as autoridades, a mulher foi sequestrada em seu vilarejo na região de Yunnan, a cerca de 2.000 quilômetros do local onde foi encontrada, e vendida várias vezes.

As autoridades inicialmente negaram que o caso estivesse ligado ao tráfico de pessoas, fenômeno relativamente comum no interior da China, onde há poucas mulheres para casar.

A política do filho único imposta na China por quase quatro décadas, até 2016, fez o número de mulheres despencar, porque as famílias preferiam um menino. Este desequilíbrio deu origem a um número significativo de sequestros de mulheres jovens, forçadas a se casarem em áreas onde há muito mais homens.

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