O time chinês de natação no revezamento 4x100m medley masculino tem motivos de sobra para comemorar na Olimpíada de Paris-2024. Não apenas ganhou a medalha de ouro da modalidade neste domingo, como também alcançou um feito histórico: foi a primeira vez que os Estados Unidos foram superados desde que a modalidade entrou no programa dos Jogos Olímpicos, em 1960.

Na competição, a China venceu a medalha de ouro com tempo de 3min27s46. Os americanos tiveram que se contentar com a prata em 3min28s01 e a França com o bronze em 3min28s38.

Tecnicamente, esta não foi a primeira vez que os EUA ficaram sem o ouro do revezamento 4x100m medley masculino: em 1980, nos jogos de Moscou, na Rússia, os americanos não participaram dos jogos em boicote ao país organizador. Assim, esta foi, de fato, a primeira vez que os americanos disputaram a prova e não venceram, quebrando um histórico de 15 vitórias.

O grande destaque chinês foi Pan Zhanle, que já havia estabelecido um recorde mundial, ao vencer os 100 metros livres e que ganhou uma grande distância do americano Hunter Armstrong, colocando a China em definitivo no primeiro lugar.

POLÊMICA

Após a vitória histórica da equipe chinesa, nadadores de outros países questionaram a validade da participação dos chineses. Afinal, a equipe vencedora incluiu Qin Haiyang e Sun Jiajun, que faziam parte de um grupo de 24 nadadores que testaram positivo para uma substância que era proibida nos Jogos de Tóquio, mas foram autorizados a competir.

A autorização ocorreu depois que uma investigação chinesa determinou que eles consumiram alimentos que haviam sido contaminados. O britânico Adam Peaty criticou o sistema que permitiu que os nadadores chineses competissem nas Olimpíadas.

“Se você toca e sabe que está trapaceando, não está ganhando, certo?”, disse Peaty, em declaração à ESPN. “Como uma pessoa honrada, quero dizer, você deveria estar fora do esporte, mas sabemos que o esporte não é tão simples assim.”

Já Caeleb Dressel, que nadou borboleta pelos americanos, disse também à ESPN, antes da Olimpíada, que não tinha fé na Agência Mundial Antidoping ou no órgão regulador do seu esporte, a World Aquatics. Agora, com a medalha de prata, parecia resignado. “Eu não trabalho para a Agência Mundial Antidoping”, disse Dressel. “Não há nada que eu possa fazer.”