A China viveu no mês passado o mês de julho mais quente desde o início dos registros estatísticos há seis décadas, informou a agência meteorológica nacional.

O mês passado foi o “mês de julho mais quente desde o início dos registros completos em 1961 e o mês mais quente na história da observação”, segundo a agência.

Em um cenário de mudança climática, a China, maior emissor mundial de gases do efeito estufa, enfrenta com cada vez mais frequência fenômenos meteorológicos extremos, como ondas de calor, secas ou chuvas torrenciais.

No atual verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), sucessivas ondas de calor afetaram o norte do país, enquanto chuvas intensas provocaram e deslizamentos de terra fatais no centro e no sul.

Em julho, a temperatura média a nível nacional no país foi de 23,21ºC, superando a marca de 23,17ºC do recorde anterior, de 2017, indicou a agência meteorológica.

A temperatura média em todas as províncias também foi “superior à média dos anos anteriores”.

As províncias de Guizhou e Yunnan, no sudoeste, registraram as temperaturas médias mais elevadas da história, segundo as autoridades.

– Xangai em alerta –

A agência prevê que o termômetro continuará subindo no leste do país durante a semana, onde Xangai, a cidade mais populosa da China, ativou nesta quinta-feira o alerta vermelho por calor extremo.

Hangzhou, a 100 quilômetros da capital econômica chinesa, deve atingir 43ºC no sábado, o que representaria um recorde histórico para a cidade.

No curso médio e baixo do rio Yangtze, também conhecido como Rio Azul, as temperaturas não devem ficara abaixo de 30ºC.

O aumento das temperaturas, que os cientistas associam à emissão de gases do efeito estufa, é um fenômeno global.

Há pouco mais de uma semana, em 22 de julho, o planeta registrou o dia mais quente desde o início das estatísticas, com uma temperatura média de 17,15ºC, segundo os dados preliminares do serviço de mudança climática do programa Copernicus da União Europeia.

O número superou em 0,06ºC a temperatura registrada no dia anterior, que havia superado por pequena margem o recorde histórico registrado um ano antes.

Pequim se comprometeu a estabilizar ou reduzir suas emissões até 2030 e a alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

Dependente durante muito tempo do carvão para alimentar sua economia, a China emergiu nos últimos anos como líder em energias renováveis.

Um estudo publicado no mês passado mostrou que o país constrói quase o dobro da capacidade de energia solar e eólica que o restante dos países do mundo combinados.

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