PEQUIM, 4 NOV (ANSA) – A China entrou com um recurso junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as sobretaxas alfandegárias permanentes da União Europeia sobre as importações de carros elétricos fabricados no gigante asiático.   

O governo chinês informou em um comunicado que a decisão foi tomada para “proteger os interesses de desenvolvimento” da indústria dos veículos elétricos da nação.   

Além disso, a nota divulgada pelo Ministério do Comércio de Pequim reitera sua “forte oposição às tarifas” do bloco europeu, vistas como “protecionismo comercial em nome de compensações anti-subsídios”.   

Os chineses ainda declararam que as sobretaxas alfandegárias foram impostas mesmo depois de uma “enxurrada de objeções levantadas pelas partes interessadas, incluindo governos de Estados-membros da UE, indústria e a opinião pública”.   

Conforme a decisão da Comissão Europeia, as alíquotas serão de 35,3% para a montadora Saic, de 18,8% para a Geely, de 17% para a BYD e de 7,8% sobre a produção na China da americana Tesla, de Elon Musk. Outras empresas que cooperarem com Bruxelas pagarão sobretaxa de 20,7%, e as que não colaborarem, de 35,3%.   

Com isso, os impostos sobre carros elétricos chineses na UE podem chegar a 45%, uma vez que esses produtos já pagavam uma tarifa de importação de 10% antes da disputa comercial.   

As crescentes tensões comerciais entre Pequim e Bruxelas não se limitam aos veículos elétricos, com a UE também investigando os subsídios chineses nos setores dos painéis solares e das turbinas eólicas. (ANSA).