China e Cuba estão negociando a possibilidade de estabelecer uma “nova instalação conjunta de treinamento militar na ilha”, noticiou o Wall Street Journal nesta terça-feira (20), citando autoridades americanas.

A Casa Branca apontou há poucos dias que a China, sua grande rival, mantém por anos uma unidade de espionagem em Cuba. Segundo um funcionário dos EUA, Pequim a “atualizou” em 2019.

Segundo o Wall Street Journal, as autoridades chinesas também querem uma base de treinamento militar “na costa norte de Cuba”.

Relatórios de inteligência sugerem que as negociações “estão em estágio avançado, mas não foram concluídas”, acrescentou a reportagem.

Caso seja confirmado, uma base deste tipo pode ocasionar em um estacionamento de tropas chinesas no local.

O jornal garante que o governo do presidente americano, o democrata Joe Biden, entrou em contato com as autoridades cubanas “para tratar de impedir o acordo, tentando aproveitar o que acredita serem preocupações cubanas sobre a cessão de soberania”.

Situada a 150 quilômetros do extremo sul da Flórida, uma base chinesa situada em Cuba representaria mais um desafio para os Estados Unidos.

Durante sua recente visita a Pequim, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou “profunda preocupação” pelas atividades de inteligência em Cuba.

“Deixei muito claro que sentiríamos profunda preocupação com as atividades militares ou de inteligência da República Popular da China em Cuba”, disse nesta terça-feira, durante coletiva de imprensa em Londres.

“Isso é algo que vamos observar muito, muito de perto, e temos sido muito claros sobre isso”, acrescentou.

O governo cubano negou a presença de uma base de espionagem chinesa em seu território.

Pequim pediu aos Estados Unidos para “não interferirem nos assuntos internos de Cuba”.

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