A China negou, nesta terça-feira (12), que exista uma relação entre a decisão do Banco Mundial (Bird) de pôr fim a um programa de formação profissional na região de Xinjiang e as acusações a Pequim de reprimir a minoria muçulmana uigur local.

Há alguns anos, esta região do noroeste da China viveu uma onda de atentados atribuídos a membros da minoria uigur e, desde então, o governo de Pequim retomou o controle com duras medidas de segurança.

Várias organizações acusam a China, sobretudo, de ter internado um milhão de pessoas nos chamados campos de reeducação. A maioria seria composta de muçulmanos.

O governo chinês desmente esse número, porém, e insiste em que são “centros de formação profissional”. O objetivo, acrescenta Pequim, seria lutar contra a radicalização islamista.

Na segunda-feira, o Banco Mundial anunciou que encerraria, por precaução, uma parte de um programa de formação profissional em Xinjiang. A instituição garantiu, contudo, que sua investigação interna sobre o programa não tem relação com a perseguição da minoria uigur.

“O comunicado do Banco Mundial reflete, de maneira objetiva, a situação” em Xinjiang e “esclarece os fatos”, comentou nesta terça o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.

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Geng classificou como “ajustes” estas mudanças destinados – segundo ele – a “facilitar a gestão do programa” do Banco Mundial e a “reduzir o custo da supervisão”.

Em agosto, a revista “Foreign Policy” afirmou que uma escola que recebeu um empréstimo de US$ 50 milhões do Banco Mundial havia gastado US$ 30 mil em “arame farpado, lança-granadas de gás lacrimogêneo e coletes à prova de balas”.


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