China informa que ainda negocia viagem de comitê da OMS

PEQUIM, 6 JAN (ANSA) – Após o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Gebreyesus, dizer que estava “decepcionado” pelo governo da China não fornecer os vistos para um comitê de especialistas viajar ao país, Pequim afirmou que a visita ainda está sendo negociada.   

O grupo de analistas internacionais, que formam uma comissão independente para investigar a origem da pandemia de coronavírus Sars-CoV-2, está fazendo uma análise das respostas da OMS sobre a gestão da crise sanitária. E a viagem para o território chinês, onde os primeiros casos da Covid-19 foram identificados em dezembro de 2019, é parte fundamental da investigação.   

Uma das porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, informou nesta quarta-feira (06) que o bloqueio não foi causado “apenas por uma questão de vistos” – como a OMS havia informado.   

“A questão da pesquisa sobre a origem é incrivelmente complicada. Para garantir que o trabalho do time de especialistas internacionais na China funcione sem problemas, precisamos seguir com os procedimentos necessários e firmar acordos pertinentes”, acrescentou Hua em sua coletiva diária à imprensa.   

A viagem dos 10 especialistas está sendo negociada há meses entre o órgão e a China. Um dos principais objetivos é tentar estabelecer como o vírus Sars-CoV-2 passou dos animais para os humanos e se a origem da pandemia, realmente, ocorreu em Wuhan (ou se foi lá onde apenas se notificou a “pneumonia anormal”).   

Outro ponto é entender se Pequim omitiu informações cruciais no início da pandemia, já que médicos e jornalistas que denunciaram a nova doença e a situação caótica nos hospitais de Wuhan foram detidos pelas autoridades nacionais.   

A China vem resistindo a investigação internacional e independente por afirmar que a crise sanitária da Covid-19 não começou por lá. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, questionou os motivos do comitê não ir para outros países já que, para o governo, “a pandemia começou em mais de um ponto do mundo”. (ANSA).