China eleva tarifa contra EUA a 125%, mas indica fim de escalada

PEQUIM, 11 ABR (ANSA) – A China aumentou de 84% para 125% as tarifas contra produtos provenientes dos Estados Unidos, em mais um capítulo da guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do planeta.   

A medida é uma represália pela decisão do presidente Donald Trump de elevar a chamada “tarifa recíproca” contra o gigante asiático para 125%, aumentando a alíquota total cobrada de Pequim para 145% – outros 20% já haviam sido impostos em fevereiro, por conta da crise de opioides nos EUA.   

As sobretaxas chinesas entram em vigor em 12 de abril, e o país também apresentou novos recursos contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), porém o governo de Xi Jinping declarou que vai “ignorar novos jogos de números” sobre as tarifas americanas, ao mesmo tempo em que deixou aberta a possibilidade de outros tipos de represália.   

“A China é um país responsável”, assegurou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Lin Jian. “As guerras tarifárias e comerciais não têm vencedores. A China não quer lutar, mas também não tem medo. Se os EUA insistirem em uma guerra tarifária, a resposta da China continuará até o fim”, acrescentou.   

Enquanto isso, Xi recebeu em Pequim o premiê da Espanha, Pedro Sánchez, e defendeu que China e União Europeia “assumam as próprias responsabilidades internacionais para manter a tendência da globalização econômica e resistir às prepotências unilaterais”.   

Ao mesmo tempo em que escalou a disputa com a China, Trump recuou e suspendeu as tarifas recíprocas contra os outros países por 90 dias. Com isso, a UE também adiou por três meses a entrada em vigor das retaliações contra os Estados Unidos.   

(ANSA).