China e Uruguai sinalizaram sua intenção de “promover o diálogo sobre o livre comércio entre Mercosul e China” e o presidente uruguaio afirmou nesta quinta-feira (23), em Pequim, que irá propor um encontro com o gigante asiático na próxima cúpula dos países do bloco.

A China é o maior parceiro comercial do Uruguai e o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, viajou a Pequim para fortalecer os laços diplomáticos com o objetivo de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC). Mas qualquer acordo depende de outros membros do Mercosul: Brasil, Argentina e Paraguai.

“Ambas as partes estão dispostas a promover o diálogo sobre o livre comércio entre Mercosul e China”, indicaram os dois países em uma declaração conjunta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, após uma reunião entre Lacalle Pou e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

No comunicado, os dois países comemoraram a conclusão do estudo conjunto de viabilidade de um TLC entre a China e o Uruguai e reafirmaram “sua disposição de promover a construção de uma associação de livre comércio”.

Após uma reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente uruguaio, na quarta-feira, em Pequim, ambos os países concordaram em reforçar os seus laços para estabelecer uma “Associação Estratégica Integral”.

Lacalle Pou disse em entrevista coletiva que seu país vai “propor o encontro do Mercosul e da China” na próxima cúpula do bloco, no dia 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil.

“Vamos fazê-lo formalmente”, disse o mandatário uruguaio, cujo governo iniciou negociações comerciais com a China em 2021 e defendeu em Pequim que quer “acelerar a associação” entre os dois países.

A postura do Uruguai depende de um acordo do Mercosul de 2000 que estabelece que qualquer negociação com terceiros países deve ter o aval dos demais parceiros.

Lacalle Pou defendeu na quarta-feira que um TLC com a China “não é opcional”.

“Se todo o Mercosul decidisse ao mesmo tempo embarcar nisso, talvez seria muito melhor”, disse.

Enquanto o Brasil fortaleceu seus laços com Pequim desde o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, ameaçou durante sua campanha eleitoral cortar relações comerciais com a China. O Paraguai, por sua vez, mantém relações diplomáticas com Taiwan.

A China, a segunda maior economia global, procura aumentar a sua influência na América Latina e investiu bilhões de dólares em infraestruturas na região.

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