O indicado pelo presidente americano, Donald Trump, para dirigir o Departamento de Inteligência, John Ratcliffe, disse nesta terça-feira (5) que se concentraria na China como a maior ameaça ao seu país e garantiu que Pequim está determinada a tomar a posição de superpotência dos Estados Unidos.

Ratcliffe, um grande defensor de Trump que busca se tornar diretor da Inteligência Nacional, participou de uma audiência de confirmação no Senado, na qual parlamentares o questionaram se ele politizaria os processos a seus cuidados para satisfazer o presidente.

É a segunda vez que Ratcliffe tenta ocupar essa importante posição, que não tem um titular permanentes há quase nove meses. Ele desistiu de uma primeira tentativa em agosto, após ser questionado sobre sua experiência.

“Eu vejo a China como o maior agente de ameaças no momento”, disse Ratcliffe, congressista republicano do Texas, à Comissão de Inteligência do Senado.

“Veja a COVID-19 e o papel que a China desempenha, a corrida pelo 5G, questões de segurança cibernética: todas os caminhos levam à China”, disse ele ao painel.

Em sua apresentação, ele citou o impulso geopolítico que a China tomou em seu plano de infraestrutura “Iniciativa do Cinturão e Nova Rota da Seda”, seus programas para adquirir rapidamente tecnologias estratégicas e sua “iniciativa de fusão militar-civil”, que mantém o setor privado alinhado às prioridades do governo.

“São engrenagens de uma mesma iniciativa para a China nos substituir como superpotência mundial”.

Ratcliffe acrescentou: “Está claro que não queremos que um regime autoritário como o Partido Comunista Chinês estabeleça padrões no mercado mundial”.

O candidato de Trump compareceu à primeira audiência da comissão no Congresso, após uma pausa forçada pelo coronavírus e sob medidas de proteção, como o uso de máscaras, com o objetivo de ocupar a posição vaga desde agosto, quando Dan Coats saiu por divergências com o governo.

O Diretor Nacional de Inteligência é encarregado de supervisionar e coordenar 16 agências, incluindo a CIA, a Agência de Segurança Nacional e a divisão de contra-inteligência do FBI.

Trump nomeou provisoriamente seu embaixador na Alemanha, Richard Grenell, outro de seus grandes defensores políticos, para o cargo.

Agora o Congresso deve ratificar Ratcliffe ou aceitar Grenell na função por mais meio ano.