Navios japoneses e chineses se envolveram nesta terça-feira (2) em um novo incidente perto de ilhas em disputa, informaram as Guardas Costeiras dos dois países.
A tensão entre as duas nações aumentou desde que a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sugeriu no mês passado que seu país poderia intervir militarmente em caso de um ataque chinês a Taiwan, ilha de regime democrático que Pequim reivindica como parte de seu território.
A Guarda Costeira japonesa afirmou que dois navios de patrulha chineses entraram na madrugada de terça-feira em suas águas territoriais perto das ilhas Senkaku, no Mar da China Oriental, e se retiraram algumas horas depois.
As ilhas Senkaku, administradas pelo Japão e conhecidas como Diaoyu na China, representam um foco habitual de tensão entre os dois países.
Depois que os navios de patrulha seguiram na direção de um barco pesqueiro japonês, um navio da Guarda Costeira nipônica exigiu que abandonassem as águas do país, segundo um comunicado.
“As atividades dos navios da Guarda Costeira chinesa que navegam dentro das águas territoriais do Japão ao redor das ilhas Senkaku enquanto afirmam suas próprias reivindicações violam fundamentalmente o direito internacional”, acrescenta a nota japonesa.
O comunicado acrescenta que os dois navios chineses, e outros, permaneciam na região.
O porta-voz da Guarda Costeira chinesa, Liu Dejun, afirmou que um barco pesqueiro japonês “entrou ilegalmente em águas territoriais da China”.
“Os navios da Guarda Costeira chinesa tomaram as medidas de controle necessárias e o advertiram para se afastar”, declarou Liu na conta oficial da instituição na plataforma de mensagens WeChat.
“A Guarda Costeira da China continuará realizando atividades de proteção dos direitos e de aplicação da lei nas águas ao redor das ilhas Diaoyu, salvaguardando com determinação a soberania territorial nacional e os direitos marítimos”, acrescentou.
O incidente ocorreu após outro similar nas ilhas, em 16 de novembro, quase uma semana depois das declarações de Takaichi sobre Taiwan, informou a agência Kyodo News.
A China considera Taiwan parte de seu território e não descarta usar a força para retomar seu controle.
Como parte da disputa diplomática, Pequim pede a seus cidadãos que evitem viagens ao Japão e vários eventos culturais foram afetados, incluindo a suspensão da apresentação de uma cantora japonesa em Xangai na sexta-feira da semana passada.
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