08/09/2020 - 6:37
China e Índia trocaram acusações nesta terça-feira sobre tiros disparados em uma área da fronteira que os dois países disputam, um fato inédito em várias décadas, após um confronto violento em junho entre as duas nações no Himalaia.
Várias divergências fronteiriças opõem as duas potências vizinhas no Himalaia e aumentaram em junho após um confronto incomum, a mais de 4.000 metros de altitude, entre soldados indianos e chineses em Ladakh (norte da Índia).
O confronto deixou 20 mortos do lado indiano e um número desconhecido de vítimas entre os chineses.
Em um comunicado publicado nesta terça-feira, o ministério chinês da Defesa acusa a Índia de “grave provocação militar”, depois que soldados indianos ultrapassaram a fronteira e “deram tiros para o alto”.
Nova Délhi acusa Pequim e alega que foram as tropas chinesas que “deram tiros para o alto para intimidar” seus militares.
A Linha de Controle Efetivo (“Lign of Actual Control”, LAC), fronteira de fato entre Índia e China, não está corretamente demarcada.
De acordo com uma prática antiga, para evitar um verdadeiro confronto militar, os dois exércitos não utilizam armas de fogo ao longo da fronteira. E oficialmente nenhum tiro foi disparado desde 1975.
Após os confrontos corpo a corpo de 15 de junho, comandantes dos dois exércitos se reuniram para tentar reduzir a tensão.
Na sexta-feira, os ministros da Defesa dos dois países se reuniram em Moscou, à margem de um encontro internacional, mas o encontro acabou com uma troca de acusações sobre o aumento da tensão, em comunicados divulgados pelas duas partes.
O último conflito aberto entre os dois países aconteceu em 1962, quando uma guerra relâmpago terminou com a vitória do exército chinês sobre as tropas indianas.