A China atribuiu nesta segunda-feira a intimidação dos Estados Unidos às tensões atuais com o Irã, país que anunciou ter começado a enriquecer urânio a um nível acima do permitido pelo acordo internacional sobre seu programa nuclear.

“A pressão máxima dos Estados Unidos sobre o Irã é a fonte da crise nuclear iraniana”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

“Os fatos demonstram que a intimidação unilateral se torna a cada dia em um tumor que se agrava, que gera em escala mundial problemas ainda mais perigosos e crises ainda mais importantes”, completou.

O Irã anunciou no domingo que começou a enriquecer urânio a um nível acima do permitido pelo acordo de 2015 sobre seu programa nuclear.

A medida é a resposta do país à decisão dos Estados Unidos de abandonar unilateralmente o pacto em maio de 2018 e restabelecer as sanções econômicas contra Teerã.

Apesar das críticas, o governo iraniano afirma que a decisão de deixar de cumprir progressivamente alguns de seus compromissos busca apenas salvar o acordo assinado com a União Europeia, Alemanha e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia).

Três países que ainda integram o acordo reagiram de maneira veemente ao anúncio iraniano. Reino Unido e Alemanha exigiram que o Irã recue em sua decisão, enquanto a França expressou “grande preocupação” e pediu a Teerã que interrompa qualquer atividade “não conforme” ao acordo.