28/07/2021 - 10:47
Pequim descreveu, nesta quarta-feira (28), como uma “típica farsa americana” os apelos de legisladores para que se suspenda o patrocínio dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 por questões de direitos humanos.
Em uma longa audiência na terça-feira (27), membros do Congresso dos Estados Unidos acusaram representantes de cinco grandes empresas americanas, incluindo Visa e Airbnb, de apoiarem um suposto genocídio e outros abusos dos direitos humanos contra minorias muçulmanas na região de Xinjiang, na China, caso continuem a patrocinar os Jogos.
Em resposta, Pequim acusou os congressistas americanos de “politizar o esporte” e difamar a China com base no preconceito.
“As declarações estão cheias de arrogância, ignorância e mentiras. É uma farsa americana típica, impopular e fadada ao fracasso”, declarou nesta quarta o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
“A China se opõe firmemente a qualquer tentativa de interferir, obstruir e sabotar a preparação e a realização das Olimpíadas de Inverno de Pequim”, acrescentou Zhao. “O que viola gravemente o espírito da Carta Olímpica”.
Os Estados Unidos afirmam que Pequim está cometendo um genocídio contra os uigures e contra outros povos muçulmanos em Xinjiang.
Os especialistas estimam que mais de um milhão de pessoas foram internadas em “campos de reeducação”.
Pequim nega o genocídio e descreve os campos como centros de treinamento profissional, uma alegação rejeitada pelos uigures, que dizem que estão sendo forçados a renunciar às suas tradições religiosas.
As acusações estimulam um coro cada vez maior pelo boicote aos Jogos por parte de ativistas de direitos humanos, a diáspora uigur e até mesmo por membros do Parlamento britânico.
Um grupo bipartidário da Câmara de Representantes dos Estados Unidos pediu um boicote diplomático aos Jogos em uma emenda na terça-feira.
Os executivos da Visa e do Airbnb evitaram se comprometer com um abandono do patrocínio dos Jogos, enquanto um representante da Intel disse que o patrocínio “não nega, ou enfraquece, nosso compromisso de respeitar os direitos humanos”.
Até o momento, o governo do presidente Joe Biden se recusou a realizar um boicote oficial aos Jogos, que vão acontecer em fevereiro.
No mês passado, porém, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que Washington estava conversando com outros aliados para uma possível estratégia comum em relação aos Jogos.
Os Jogos de Inverno em Pequim são vistos como um evento que visa a cimentar o sucesso da China no controle do coronavírus e comemorar suas conquistas, logo após o 100º aniversário do Partido Comunista Chinês.
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