A China descreveu o favorito na eleição presidencial de Taiwan, o candidato do partido no poder, Lai Ching-te, como um “sério perigo”, informou a imprensa estatal nesta quinta-feira (11), três dias antes da votação na ilha semiautônoma.

O Gabinete de Assuntos de Taiwan “expressou a esperança de que os compatriotas taiwaneses vejam (…) o sério perigo representado pela instigação de conflitos por Lai através do Estreito (de Taiwan) e tomem a decisão certa”, segundo um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua.

A declaração incluiu comentários do porta-voz desse gabinete, Chen Binhua.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, criticou as “interferências repetidas” da China nas eleições da ilha.

“As próximas eleições de Taiwan estão sob os olhares internacionais e a repetida interferência (chinesa) rouba o foco. Francamente, Pequim deveria parar de se intrometer nas eleições de outros países e celebrar as suas próprias”, postou Wu na rede social X.

A votação em Taiwan é acompanhada de perto pelas autoridades da China e dos Estados Unidos, dado que seu resultado pode afetar o futuro das relações com Pequim.

China considera Taiwan parte de seu território e prometeu retomá-la um dia, enquanto os Estados Unidos são o principal apoio de segurança para a ilha governada democraticamente.

As pesquisas anteriores às eleições indicam o candidato Lai, atual vice-presidente e membro do pró-independência e governista Partido Democrático Progressista (PPD), como o favorito.

Mas, de acordo com a declaração chinesa, “se (Lai) chegar ao poder, ele pressionará por atividades separatistas para a ‘independência de Taiwan’ (e criará) turbulência no Estreito”.

Lai acusou a China de tentar minar as eleições ao aumentar a pressão sobre a ilha nas últimas semanas.

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