A China advertiu nesta quinta-feira, 10, às partes na guerra ucraniana que não façam “comentários irresponsáveis”, depois que o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que Pequim tem consciência de que cidadãos chineses foram recrutados pela Rússia para combater no conflito.
Zelensky afirmou na quarta-feira que Kiev possui informações sobre 155 chineses enviados para apoiar a invasão russa, um dia após anunciar que o Exército ucraniano capturou dois soldados chineses na região leste de Donetsk.
Questionado sobre a declaração de Zelensky, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu às “partes relevantes” que “parem de fazer comentários irresponsáveis”. “Alertamos as partes relevantes que reconheçam o papel da China de maneira correta e clara”, disse o porta-voz diplomático Lin Jian em uma entrevista coletiva, sem citar a Ucrânia ou Zelensky diretamente.
A China se apresenta como um ator neutro na guerra, apesar das críticas ocidentais de que sua proximidade com Moscou proporcionou apoio econômico e diplomático à Rússia.
Zelensky afirmou na quarta-feira, 9, que “a participação aberta de cidadãos chineses em operações de combate (…) é um passo deliberado para a expansão da guerra”. “Acredito que agora (a Rússia) está envolvendo a China nesta guerra”, declarou.
Segundo Lin, a China “sempre exigiu que seus cidadãos (…) evitem envolver-se em conflitos armados de qualquer forma”. “A China não é criadora ou parte da crise ucraniana. Somos defensores incondicionais e promotores ativos de uma resolução pacífica”, concluiu.