A futura lei de segurança nacional em Hong Kong será como “um programa antivírus” instalado no território, declarou nesta segunda-feira (08) uma alta autoridade chinesa, que destacou que os manifestantes pró-democracia foram “longe demais”.

Essa declaração de Zhang Xiaoming, diretor adjunto do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau, é até agora a mais detalhada de uma autoridade chinesa sobre a medida.

O projeto de lei, anunciado em maio por Pequim, proibirá o separatismo, a subversão, a preparação ou comissão de atividades terroristas, assim como as atividades de forças estrangeiras que constituem uma interferência.

Esta terça-feira marcará o primeiro aniversário das grandes manifestações em Hong Kong, às vezes violentas, vividas pela ex-colônia britânica por sete meses para denunciar as interferências da China nos assuntos desse território semiautônomo.

“Quando essa lei entrar em vigor, será como se tivéssemos instalado um programa antivírus em Hong Kong, para que o princípio ‘um país, dois sistemas’ funcione de maneira mais segura, fluída e duradoura”, disse Zhang.

Desde a retrocessão em 1997, este princípio garante liberdades e uma ampla autonomia a Hong Kong.

Os opositores à lei de segurança, atualmente em elaboração por Pequim, temem que abra o caminho para a erosão sem precedentes das liberdades nesta metrópole financeira.

Durante seu discurso, Zhang reiterou as declarações de Pequim segundo as quais o texto afeta apenas “um número extremamente restrito de pessoas”.