O aplicativo de mensagens criptografadas Signal, uma das poucas plataformas estrangeiras que não estava bloqueada até o momento na China, estava inacessível nesta terça-feira (16) em um país onde a internet está estritamente controlada.
A China tem um grande sistema de vigilância da internet que permite filtrar qualquer conteúdo considerado sensível, incluindo críticas políticas ou pornografia.
Em nome da estabilidade, a China exige que os gigantes digitais tenham seus próprios censores para executar a tarefa de maneira antecipada.
Caso as normas não sejam cumpridas, a China bloqueia as ferramentas de busca e as redes sociais estrangeiras (Google, Facebook, Twitter, etc.), que só podem ser acessadas utilizando uma Rede Privada Virtual (VPN na sigla em inglês).
De acordo com o site Greatfire.org, que acompanha a censura on-line na China, o app Signal não pode ser acessado no país desde pelo menos 15 de março.
Mas permanece disponível na AppStore China, a loja de aplicativos da empresa americana Apple.
Até o momento, Signal não respondeu ao pedido de informação da AFP.
Na China, o app foi instalado em 510.000 telefones ou tablets Apple, segundo a consultoria Sensor Tower.
A nível mundial, o Signal superou a marca de 100 milhões de downloads na AppStore e no Google Play.
Lançado em 2014, o Signal é considerado pelos especialistas como um dos aplicativos de mensagens mais seguros no mercado graças ao sistema de criptografia.
O app ganhou notoriedade em janeiro quando o concorrente WhatsApp anunciou que compartilharia mais dados com sua empresa matriz Facebook, o que enfureceu muitos usuários.
A reação dos usuários levou o WhatsApp a anunciar o adiamento por três meses da entrada em vigor das novas condições de uso.
Na ocasião, o fundador de Tesla, o empresário Elon Musk, elogiou publicamente o Signal, o que fez deste aplicativo o mais baixado durante vários dias em muitos países, entre eles Índia, França e Alemanha.
O Signal se une assim à longa lista de plataformas ou redes sociais bloqueadas na China.
No mês passado, a China proibiu o Clubhouse, um aplicativo americano que permite aos usuários participar em conversas ao vivo apenas por convite.