Autoridades chinesas ordenaram a remoção de dois aplicativos populares de namoro para pessoas LGBT+ das lojas de aplicativos do país, confirmou a Apple nesta terça-feira (11). O casamento entre pessoas do mesmo gênero não é legal na China, onde, segundo ativistas, nos últimos anos têm aumentado os esforços para suprimir a liberdade de expressão da população LGBT+, especialmente sob o presidente Xi Jinping.
No fim de semana, usuários de redes sociais chinesas apontaram que as versões completas dos aplicativos Blued e Finka, que têm o mesmo proprietário com sede em Hong Kong, desapareceram das lojas da Apple e do Android. “Por ordem da Administração do Ciberespaço da China (ACC), removemos esses aplicativos das lojas chinesas”, disse um porta-voz da Apple à AFP.
A agência é o órgão regulador da internet do governo chinês e o principal responsável pela censura. “Cumprimos a lei nos países onde operamos”, acrescentou o porta-voz da Apple. Meses atrás, o criador do Finka “decidiu remover esse aplicativo das lojas fora da China, enquanto o Blued estava disponível apenas na China”, disse o porta-voz.
A AFP não conseguiu obter declarações da ACC ou dos proprietários dos aplicativos. Nesta terça-feira, uma versão expressa do Blued ainda estava disponível para download na loja de aplicativos da Apple local. Além disso, fora da China, é possível baixar uma versão internacional do Blued, chamada HeeSay.
O HeeSay afirma ter 54 milhões de usuários LGBT+ em todo o mundo, de acordo com a descrição do aplicativo na loja da Apple. O popular aplicativo de encontros para gays Grindr foi removido em 2022 das lojas chinesas, como parte de uma campanha de “limpeza” da ACC antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Naquele momento, o Blued continuava disponível para download.