O governo da China anunciou nesta terça-feira (30) que representantes do Hamas e do Fatah, dois grupos palestinos rivais, participaram em negociações de reconciliação em Pequim.

Os dois grupos protagonizaram em 2007 uma batalha que levou o Hamas a tomar o controle da Faixa de Gaza, cenário desde outubro de uma guerra entre o movimento islamista e Israel.

O Fata conservar, por meio da Autoridade Palestina, presidida por seu líder Mahmoud Abbas, um controle parcial sobre a Cisjordânia, ocupada por Israel.

“A convite da China, representantes do Movimento Nacional para a Libertação da Palestina (Fatah) e do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) visitaram recentemente Pequim para discussões profundas e francas sobre a promoção da reconciliação intra-palestina”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva.

“As partes lados expressaram plenamente sua vontade política de alcançar a reconciliação por meio do diálogo e da consulta, discutiram muitas questões específicas e fizeram progressos”, destacou o porta-voz, sem revelar a data da reunião.

Os dois grupos “concordaram em prosseguir com o processo de diálogo com o objetivo de alcançar a unidade palestina o mais rápido possível”, acrescentou.

A China é solidária com a causa palestina e apoia a solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.

Desde o início da atual guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, a China defende o cessar-fogo imediato.

O conflito começou com ataques de comandos islamistas do Hamas contra o sul de Israel que deixaram 1.170 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

A ofensiva de represália de Israel contra Gaza provocou mais de 34.500 mortes, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma “conferência de paz internacional” para acabar com a guerra.

Nos últimos anos, a China reforçou as relações comerciais e diplomáticas no Oriente Médio, uma região que estava tradicionalmente sob a influência dos Estados Unidos.

No ano passado, Pequim supervisionou e teve um papel de mediação na surpreendente aproximação diplomática entre dois grandes rivais regionais, Irã e Arábia Saudita.

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