PEQUIM E NOVA YORK, 02 JUL (ANSA) – O governo chinês aumentou o tom nesta quinta-feira (02) e ameaçou retaliar os Estados Unidos e o Reino Unido por conta de medidas adotadas contra Pequim ainda no âmbito da aprovação e aplicação da lei de segurança nacional de Hong Kong. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a China “deplora e se opõe com força” à lei aprovada pela Câmara dos Representantes dos EUA, que prevê a autorização para Washington aplicar sanções contra políticos e empresários chineses que tenham alguma atuação na crise de Hong Kong. Uma outra legislação similar havia sido aprovada pelo Senado recentemente, mas essa da Câmara é um pouco diferente e precisará ser ratificada pelos senadores antes de ir para a sanção de Donald Trump.   

“Pedimos aos EUA que entendam a realidade da situação, parando com interferências nas relações com Hong Kong e com as leis negativas. Poderemos tomar fortes contramedidas”, ressaltou Lijian.   

Além dos norte-americanos, a embaixada da China em Londres também alertou que Pequim tomará “medidas adequadas” se o Reino Unido continuar com o plano para facilitar a obtenção do visto de trabalho – e a consequente cidadania britânica – para cerca de 2,5 milhões de cidadãos de Hong Kong.   

Nesta quarta-feira (1º), o premier Boris Johnson confirmou que vai dar andamento à medida em discurso do Parlamento. A mudança, considerada a maior alteração da história na concessão de vistos, afeta o status de quem tem o passaporte “British National Overseas”. O documento tem validade de seis meses – que será prorrogada para um ano. Com isso, quem estiver por todo esse período no país poderá ingressar na fila pela cidadania.   

A medida deve beneficiar, a princípio, os 350 mil cidadãos de Hong Kong que tem o passaporte, mas pode atingir até 2,5 milhões de moradores do território chinês.   

A reação dos países ocidentais vem pela ratificação da lei de segurança nacional, que havia sido aprovada pelos chineses durante o Congresso do Povo. Entre os principais pontos polêmicos, estão as questões de “traição, secessão, sedição e subversão” dos moradores, que podem ser punidas até com prisão perpétua, e a instalação de agências governamentais de Pequim no território que não se submetem às autoridades locais. (ANSA)

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