Os níveis de radioatividade ao redor da central nuclear de Taishan, no sul da China, não são “anormais” – afirmaram as autoridades chinesas nesta terça-feira (15), após o anúncio de um problema interno em um reator.

Construída com o grupo nuclear francês EDF, a central EPR de Taishan está sendo observada por um problema de impermeabilidade em um reator, mas as emissões de gases ao ar estão dentro dos limites autorizados, garantiram a EDF e a operadora chinesa CGN na segunda-feira (14).

“De acordo com as informações fornecidas pelas autoridades competentes, a situação atual na planta nuclear de Taishan cumpre os requisitos técnicos”, disse o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

“Não há nada de anormal na radioatividade ao redor da central de energia nuclear e a segurança está garantida”, acrescentou Zhao.

“As centrais nucleares chinesas têm um bom histórico de operação, e não houve qualquer incidente que afete o meio ambiente, ou a saúde pública”, completou Zhao, na primeira reação oficial do governo, com o objetivo de enviar um sinal de tranquilidade.

O canal CNN informou previamente que o governo americano estava examinando informações sobre um vazamento na central.

A emissora americana afirmou que a empresa francesa Framatome advertiu para uma “ameaça radiológica iminente”.

A Framatome afirmou em um comunicado que está “apoiando a resolução de um problema de rendimento” no local, mas que segundo “os dados disponíveis, a central está operando dentro dos parâmetros de segurança.”

A central de Taishan, que começou a operar em 2018, foi a primeira em todo o mundo a operar um reator nuclear EPR de última geração, um projeto de água pressurizada que é objeto de anos de atraso em projetos europeus similares no Reino Unido, França e Finlândia.

A central, situada na cidade de Taishan, perto da costa do sul de Guangdong e do centro financeiro de Hong Kong, tem duas unidades de EPR.

A EDF, proprietária majoritária da Framatome, afirmou em um comunicado que solicitou uma reunião extraordinária do conselho de administração da central.

O site da agência reguladora chinesa, a Administração Nacional de Segurança Nuclear, registrou apenas um incidente em Taishan nos últimos meses, ocorrido em 5 de abril, no qual uma “pequena quantidade de gás radioativo entrou inesperadamente” na tubulação impermeabilizada da primeira unidade da central.

O comunicado afirma que o incidente já foi inspecionado e que a quantidade total de gás vertido representou 0,00044% do limite de emissão anual.

Mas não está claro se o incidente de abril está relacionado com a recente situação apontada pela Framatome.