A China anunciou medidas antidumping contra o estireno dos Estados Unidos, um produto muito usado na indústria química, em um contexto de tensões comerciais crescentes entre Washington e Pequim.

Em uma decisão preliminar anunciada na segunda-feira, o Ministério do Comércio chinês afirmou que o estireno procedente dos Estados Unidos, mas também de Coreia do Sul e Taiwan, se beneficia de políticas de dumping, ou seja, de competição desleal, e, portanto, prejudicam os produtores chineses.

“Os produtores de estireno na China continental sofreram prejuízos substanciais”, declarou o ministério, que condenou a “tendência protecionista” nos Estados Unidos.

A primeira sanção de Pequim obriga, a partir desta terça-feira, as empresas químicas chinesas que comprarem estireno desses três países a pagar à alfândega entre 5% e 10,7% a mais por esses produtos.

Trata-se de uma medida preliminar antes de uma decisão final sobre possíveis taxas.

O estireno é um componente-chave para a indústria química que o utiliza para produzir plásticos como o poliestireno, muito usado em embalagens.

A China importou no ano passado 3,21 milhões de toneladas de estireno dos Estados Unidos por um valor superior a quatro bilhões de dólares, segundo dados das alfândegas.

A sanção é o resultado de uma investigação lançada em junho pelo governo chinês depois de várias queixas da indústria química local e traz à tona as tensões comerciais com Washington.

Em janeiro, os Estados Unidos adotaram medidas antidumping contra os painéis solares chineses e as máquinas de lavar roupa de grande tamanho fabricadas no país.

As autoridades americanas também estão analisando medidas contra alguns produtor chineses como o aço, as folhas de alumínio e a madeira laminada.