Chileno Zepeda é condenado a 28 de prisão por morte da ex-namorada

Chileno Zepeda é condenado a 28 de prisão por morte da ex-namorada

O chileno Nicolás Zepeda foi condenado, nesta terça-feira (12), na França, a 28 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada japonesa Narumi Kurosaki em dezembro de 2016.

Quando o veredito do juri, composto por nove membros, foi anunciado, após quatro horas de deliberação, o chileno, vestido com uma camisa azul e gravata escura, permaneceu imóvel no banco dos réus com semblante cansado.

A condenação emitida em Besançon, no leste da França, inclui uma “proibição definitiva” de entrada no território francês e de porte de armas, sentenciou o juiz Mathieu Husson.

Durante o julgamento, que começou em 29 de março, Zepeda, de 31 anos, negou reiteradamente as acusações: matar Kurosaki em dezembro de 2016 em Besançon – onde a jovem se encontrava estudando francês – e se desfazer do cadáver, movido por “ciúmes”.

“Nunca quis estar em meio da dor da família de Narumi, nunca quis estar no meio da dor da minha própria família, de minha própria dor, mas não sou um assassino, não sou o assassino de Narumi”, declarou Zepeda, nesta terça (12), no início da audiência, expressando-se, pela primeira vez, em francês desde que começou o processo, em sua última declaração antes que o juri se retirasse para deliberar.

Na segunda-feira (11), o promotor Étienne Manteaux solicitou que o chileno fosse “condenado à prisão perpétua”, insistindo que Zepeda “matou deliberadamente sua ex-namorada com premeditação”, ao não ter conseguido retomar a relação sentimental, que havia terminado no outono anterior.

Segundo a versão que Zepeda defendeu até o final, quando ele saiu da residência, em 6 de dezembro de madrugada, Kurosaki se encontrava em perfeito estado de saúde.

No mesmo dia, a defesa do chileno, composta pelas advogadas Jacqueline Laffont e Julie Benedetti, criticou a “dureza” da pena solicitada e descartou a acusação de um “projeto de assassinato com premeditação”.

Nesta terça pela manhã, uma das advogadas da parte civil, Sylvie Galley, que representa a família da vítima, lamentou, mais uma vez, “a ausência de confissão e de respostas” por parte do chileno, assegurando que a família “esperava mais”.

Taeko e Kurumi Kurosaki, mãe e irmã de Narumi, viajaram de Tóquio a Besançon, em cujo tribunal pediram em vão diretamente a Zepeda, a quem chamaram de “monstro” e de “demônio”, que apontasse o paradeiro do corpo.